O Ministério Público de Goiás (MPGO) anunciou, nesta quinta-feira (12/8), que denunciou o servente de pedreiro Hian Alves de Oliveira pelo homicídio de Danilo de Sousa Silva, de 7 anos. A promotora de Justiça Renata de Oliveira Marinho e Sousa também pediu a soltura do padrasto do menino, que chegou a ser preso pelo crime, mas foi inocentado pela Polícia Civil de Goiás.
Segundo o documento, Danilo sumiu em 21 de julho, depois de sair de casa sozinho dizendo que iria para a casa dos avôs, que mora na mesma região de Goiânia, como costumava fazer. Durante o trajeto e levando uma pipa, a criança passou no campinho e conversou com um amigo.
Ainda de acordo com a denúncia, Hian trabalhava em uma obra de uma igreja ali próximo e percebeu a oportunidade de matar a vítima. A denúncia relata que o acusado pegou uma das varas que haviam previamente preparadas e ficou aguardando nas proximidades Danilo ficar sozinho.
“O denunciado atraiu a vítima para dentro da mata, a jogou no chão lamacento, forçou seu rosto para baixo fazendo com que aspirasse lama. Com a vítima desfalecida, mas ainda viva, o denunciado, ao perceber ainda um suspiro, pegou a vara que levou e espetou a vítima na nádega para conferir que não mais reagiria”, descreve o MP.
Crime foi por ciúmes, diz denúncia
A acusação aponta que Hian ajudou nas buscas enquanto Danilo era tido por desaparecido para que não virasse suspeito. Após seis dias, o corpo da criança foi encontrado e o acusado, segundo o MP, botou em prática a segunda parte do plano, que era acusar o padrasto do menino pelo crime.
A denúncia diz que Hian morava na casa e recebia ajuda do pastor da igreja onde trabalhava no dia do crime. O religioso também ajudava a família de Danilo, o que gerou ciúmes no acusado. Segundo a acusação, esse foi o motivo que levou o servente de pedreiro a matar a criança e culpar o padrasto.
O documento relata ainda que, segundo o acusado, o padrasto “não era bem quisto na região e já ostentava histórico de violência doméstica contra a mulher, fato conhecido na comunidade”. Os dois chegaram a ser presos no último dia 31 e a Polícia Civil chegou a afirmar que eles confessaram o crime. Entretanto, o MP diz que as provas produzidas indicaram que o padrasto da criança estava em outro lugar na hora do crime.
Durante as investigações, o denunciado confessou o crime. Para o MP, o homicídio foi cometido por motivo torpe, “uma vez que o denunciado sentiu ciúmes pelo fato de o pastor com quem morava ajudar a família da vítima”. Além disso, a promotoria diz que o meio utilizado foi cruel, “pois o crime foi executado com asfixia mecânica por afogamento em lama.”
Defesas
A defesa de Hian Alves disse, ao portal G1, que já tomou conhecimento da denúncia e vai aguardar a citação pela Justiça. O advogado do padrasto informou que, após o parecer favorável do Ministério Público, espera a decisão da Justiça para a revogação da prisão. A expectativa é que o padrasto da criança seja solto ainda esta quarta-feira (12/8). No entanto, devido à grande repercussão do caso, ele deve se mudar.
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