Os resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 2019 mostraram que Goiás teve um desempenho além das metas estipuladas para o estado, tornando-se a única unidade da Federação a conseguir tais resultados. A secretária de educação Fátima Gavioli ressaltou que isso só foi obtido com anos de esforço e de investimento na educação.
Em todas as etapas de ensino avaliadas, Goiás atingiu a meta ou ultrapassou. “Esse bem-querer dos professores com a educação, e esse compromisso deles com a educação, é uma coisa que já vem acontecendo há mais de 10 anos”, salientou a secretária. A tendência de crescimento se mostrou estável ao longo dos anos nos primeiros anos do ensino fundamental, mas desacelerou, crescendo 0,1, valor menor comparado ao resultado, entre 2015 e 2017, que teve um aumento de 0,3. Mas, em relação aos anos finais, o estado deu um salto de 0,4, o maior avanço desde 2005.
Fátima destaca que o investimento é, também, parte desse contexto. “Há muito tempo vem acontecendo esse trabalho na melhoria da educação, e nesses dois últimos anos ganhou esse reforço no sentido de investir fortemente nas estruturas físicas e pedagógicas das escolas. O governo está reformando praticamente 40% das escolas públicas”, salientou.
No ensino médio, o resultado foi exatamente a meta proposta no estado: 4,8. Nesse quesito, o estado apresentou o maior crescimento, de 0,5. Sobre os resultados serem mais baixos nos anos finais no fundamental e no Médio, a secretária relaciona com a falta de políticas voltadas para essas etapas.
Os dados apontam, ainda, que a rede pública goiana cresceu mais do que a particular. “Hoje, vejo um resgate e um compromisso muito grande dos governos em buscar a valorização da rede pública”, analisa Fátima. “O próximo passo, sem dúvida nenhuma, é encerrar sem muitos traumas esse ano de 2020, e trabalhar o 2021 diluindo o que não foi trabalhado neste ano no currículo do ano que vem”.
*Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi
Corte de R$ 1,5 bi atinge 175 mil alunos
O Ministério da Educação pediu ao Ministério da Economia que seja reconsiderada a proposta de um corte orçamentário de R$ 1,57 bilhão. Segundo a pasta, a supressão de recursos “visa atender demanda de créditos de outros órgãos do Poder Executivo, conforme decisão da Junta de Execução Orçamentária (JEO)”. A alteração, conforme o MEC, só será efetuada após deliberação e aprovação de projeto de lei no Congresso. A informação do corte foi divulgada ontem pelo jornal O Estado de S.Paulo e confirmada pelo Correio. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, encaminhou ofícios à Casa Civil, no fim de agosto, tendo sido repassados à Economia no último dia 11, dizendo que, se confirmado, o corte no orçamento poderá acarretar na suspensão de aulas em 29 institutos federais. Ele ressaltou nos documentos que a paralisação das atividades atingiria 175 mil alunos, o quer geraria um “risco de imagem” para o governo –– pois algumas instituições estão retomando as atividades com a garantia do governo de que apoiaria os estudantes de baixa renda, fornecendo-lhes equipamentos de internet para aulas a distância.