Meio Ambiente

"Este ano foi desproporcional", diz Tereza Cristina sobre incêndios

Ministra comentou devido a seca, os focos de queimada vão voltar a crescer nas próximas semanas

Natália Bosco*
postado em 29/09/2020 16:09
 (crédito: AFP / EVARISTO SA)
(crédito: AFP / EVARISTO SA)

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, participou, na tarde desta terça-feira (29/9), de uma live sobre sustentabilidade. Durante a conversa, ela falou sobre as queimadas que vem acontecendo no Pantanal e disse que a seca, comum no bioma, contribui negativamente para a propagação do fogo. “Nós sempre tivemos incêndios no Pantanal. Que o Pantanal é muito seco não é uma coisa nova que aconteceu só este ano, mas este ano foi desproporcional ao que aconteceu nos anos passados. Há mais de 50 anos não tinha uma seca igual (a deste ano). Os focos (de queimada) estão voltando porque vamos passar essa e próxima semana com muita seca (no Pantanal). Aquele fogo que em muitos lugares que estava supostamente apagado, às vezes volta (a queimar) com o vento”, disse.


Em sua fala, a ministra ressaltou a dificuldade de combater e prevenir que incêndios nos biomas nacionais. Segundo Tereza Cristina, é necessário educar produtores que ainda usem técnicas rudimentares de manejo agrícola. “Em um país como o nosso, gigante, é muito difícil você dizer que vai resolver isso (queimadas) em curto prazo. Primeiro é preciso educação, conscientização e você tem aí diversas variáveis. Você tem aquele pequeno produtor que ainda usa a prática da queimada. São prática rudimentares. Por isso que se fala em assistência técnica e extensão rural para chegar até ele (o produtor) para que ele mude essa prática. Mas é um conjunto de fatores. Eu preciso que ele tenha primeiro terra regularizada, para que eu também possa puni-lo se estiver fazendo errado, segundo ele precisa ter crédito para ele mudar essa prática antiga e rudimentar para que ele conheça e tenha condições de implementar práticas mais modernas de manejo agrícola”, falou a ministra ao afirmar a importância da regularização fundiária para a prevenção de futuros incêndios.

Entretanto, a ministra disse que é necessário “separar o joio do trigo” quando se analisa a origem dos incêndios no Pantanal. “Será que o produtor do Pantanal, o homem pantaneiro está feliz com esses incêndios que começaram como queimadas? Eu não quero criminalizar e nem descriminalizar ninguém, mas a grande maioria dos pantaneiros terão prejuízos enormes com essas queimadas. Agora, precisamos rever se nós estamos fazendo certo. Se as práticas agrícolas colocadas ali estão certas”, frisou.

Sobre isso, a responsável pelo Ministério da Agricultura comentou da possibilidade de um novo programa voltado para maior controle de práticas agrícolas ser lançado esse ano. “Acho que esse ano ainda a gente começa a rodar um programa para a gente saber exatamente quem está fazendo o que. Tem gente que mede fogo, porque quer tirar madeira, tem gente que mete fogo ou deixa entrar o fogo por sei lá o que. Tem aí uma série de coisas”.

Ao lembrar as mudanças pelas quais seu ministério passou no início do governo Bolsonaro, Tereza Cristina também disse que a sustentabilidade ambiental, econômica e social são os principais elementos norteadores das políticas públicas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.


*Estagiária sob supervisão de Renato Souza

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação