CORONAVAC

Ministério da Saúde anuncia compra de 46 milhões de doses da vacina chinesa

Decisão encerra especulações que indicavam que poderia haver uma resistência do governo federal em adquirir as doses da vacina por causa de divergências entre Bolsonaro e o governador João Doria

Em reunião com governadores, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, assinou protocolo de intenção para adquirir 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina chinesa desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan. As doses serão adquiridas após aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).  Segundo o Palácio dos Bandeirantes, a expectativa é comprar o produto até o final do ano, após registro, e iniciar a vacinação nacional em janeiro.

A decisão encerra especulações que indicavam que poderia haver uma resistência do governo federal em adquirir as doses da vacina por causa de divergências entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador paulista João Doria (PSDB).

O potencial imunizante da vacina está em fase final de testes, mas se mostrou seguro nos procedimentos realizados desde o fim de julho. A expectativa é que a vacina esteja disponível em janeiro de 2021.

Somadas, Coronavac, AstraZeneca e Covax totalizam 186 milhões de doses a serem disponibilizadas no primeiro semestre do próximo ano pelo governo federal. As vacinas desenvolvidas por Butantan-Sinovac e AstraZeneca estão em etapas avançadas de produção, ambas em fase III. Nesta etapa é comparado o número de pessoas vacinadas com o mesmo número de pessoas que não receberam o imunizante para avaliar se há redução real da doença.

Pressa

Questionado sobre o tempo que deve levar para a conclusão desta etapa de testes, o coordenador executivo do Centro de Contingência de Covid-19 do Governo de São Paulo, João Gabbardo dos Reis, explicou, em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (20/10), que a etapa de testes na qual se encontra a CoronaVac não tem como ser acelerada, pois é preciso atingir o número mínimo de 61 voluntários infectados no estudo duplo-cego para se obter os resultados.

“O estudo deseja aumentar a velocidade, no entanto, a transmissibilidade da doença entre os trabalhadores da saúde tem diminuído devido às medidas eficazes que foram colocadas. Isso tem que ser entendido por todos, temos que aguardar a transmissibilidade da doença para ter o número mínimo de transmissibilidade”, pontuou.

O presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, esclareceu que, no momento, os voluntários habilitados a participar são os profissionais de saúde acima de 18 anos que trabalhem em meio à covid-19, em contato direto com pacientes infectados.

Em meio à pandemia, e sem vacina, a infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Eliana Bicuda, ressaltou que não é o momento para se descuidar. “Estamos com um maior controle das emoções, sem tanto medo da doença, mas a pandemia ainda não acabou. Por enquanto, o uso de máscara é a única vacina que temos”, alertou a especialista.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro 
 

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