SEGUNDA ONDA

Estado de São Paulo não terá lockdown, afirma secretário de Saúde

De acordo com Jean Gorinchteyn, a medida de restrição máxima para combater o novo coronavírus nunca foi adotada no estado e os países que a implementaram se mostram "arrependidos"

Bruna Lima
Maria Eduarda Cardim
postado em 19/11/2020 14:54 / atualizado em 19/11/2020 14:55
 (crédito: AFP / NELSON ALMEIDA)
(crédito: AFP / NELSON ALMEIDA)

Diante da possibilidade de uma segunda onda do novo coronavírus, confirmada pelo aumento do número de casos e internações, o governo do estado de São Paulo descartou totalmente a realização de um lockdown como forma de precaução para evitar novos casos de covid-19.

A rejeição da medida de restrição máxima adotada por alguns países diante do aumento de casos foi declarada pelo secretário de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (19/11).

"São Paulo descarta totalmente a realização de um lockdown. Isso não foi feito nem lá nos primórdios, quando nós tínhamos realmente uma taxa de ocupação de UTI que superava 95% de ocupação, e em alguns locais chegava a atingir 100%. Hoje, temos leitos disponíveis, respiradores, hospitais tecnicamente habilitado", disse o secretário, que também afirmou que os atuais índices, mesmo diante dos aumentos de registros, não indicam "qualquer necessidade de retroceder o faseamento de São Paulo".

Gorinchteyn ainda afirmou que todos os países que adotaram o lockdown como medida preventiva se arrependeram. “Seja na Europa, no próprio Oriente Médio, em específico, Israel”, indicou o secretário. Atualmente, ao menos 14 países voltaram a adotar medidas mais restritivas de isolamento para conter as consequências da segunda onda e evitar colapso nos sistemas de saúde.

Medidas

O aumento de casos, no entanto, é reconhecido pelo estado, que adotou medidas no intuito de possibilitar assistência hospitalar e tentar controlar a disseminação. Um novo decreto impede a desmobilização de leitos próprios para atender casos de covid-19 e não houve afrouxamento das medidas de isolamento, previstas para terem ocorrido no último dia 16.

Coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em SP, o médico José Medina detalhou que, atualmente, há mais de 7 mil leitos de covid disponíveis. "Vamos incentivar cada vez mais a testagem para identificar o portador, quem é infectante e que pode transmitir a doença para o resto da população", acrescentou Medina, com medida para conter o vírus. Ele também frisou sobre a importância do uso de máscaras. "Nesse momento em que existe um crescimento do número de casos é importante o cuidado individual".

Jovens

O apelo do médico João Gabbardo, coordenador-executivo do Centro de Contingência, foi direcionado aos jovens. "Não adianta só o poder público ficar pensando nos números, ampliar leitos e tomar medidas como essas se as pessoas não se derem conta daquilo que têm que fazer. Meu recado é para a população mais jovem, sadia, que vai para as ruas, que vai para as festas, bares. Esta é a forma, hoje, que identificamos como a maior possibilidade de infecção".

Apesar de não ser o público mais preocupante em relação ao desenvolvimento de complicações da covid-19, os jovens podem ser potenciais vetores de transmissão, repassando a doença para quem está mais vulnerável. "Vamos redobrar nossos cuidados. Essa forma que temos de proteger nossa família, nossos pais, nossos idosos", pediu Gabbardo.

 

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