SAÚDE

Governadores adotam restrições para frear segunda onda da covid-19

Rio Grande do Sul, São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro adotam medidas para conter a disparada de casos e mortes causadas pela covid-19. País se aproxima dos 6,4 milhões de infectados e está perto de alcançar as 174 mil vidas perdidas

Maria Eduarda Cardim
Fernanda Strickland
postado em 02/12/2020 06:00 / atualizado em 02/12/2020 07:07
 (crédito: Cris Faga/reprodução)
(crédito: Cris Faga/reprodução)

Diante de uma taxa de transmissão da covid-19 ainda descontrolada, do aumento de infecções e do crescimento das taxas de ocupação dos leitos, diversos estados anunciaram ontem medidas de restrição mais rígidas para conter a disparada de casos do novo coronavírus e o começo, com violência, da segunda onda da doença. As medidas, que vão desde a proibição da permanência em locais abertos sem controle do público até o aumento da testagem, tentam evitar o aumento da disseminação da doença.

O Brasil registrou, nas últimas 24h, mais 697 mortes pela doença e 50.909 casos do novo coronavírus. Assim, o país soma 6.386.787 diagnósticos positivos e 173.817 óbitos pela doença desde o início da pandemia.

Ontem, o governo do Distrito Federal determinou que bares e restaurantes encerrem as atividades às 23h para tentar conter (leia mais na página 17) uma disparada nos casos da infecção. O governador Ibaneis Rocha teve como inspiração outras unidades da Federação, que anunciaram restrições às aglomerações para deter o contágio. É o caso do Rio Grande do Sul, que, ontem, classificou 19 das 21 regiões com a cor vermelha, que indica alto risco de infecção.

Entre as ações de restrição determinadas pelo Palácio Piratini, estão a proibição da permanência em locais públicos sem controle de acesso, como ruas, praias e praças, sendo permitida apenas circulação ou prática de exercícios físicos; a suspensão de eventos e festas de fim de ano, inclusive com o incentivo à não realização de reuniões privadas e familiares; e restrição de horários para restaurantes e bares.

Um dos primeiros estados a voltar atrás nas medidas que flexibilizaram o distanciamento social foi São Paulo. Um dia depois das eleições municipais, o governador João Doria anunciou que todas as regiões do estado que estavam na fase 2 verde, a segunda menos restritiva, voltaram à fase amarela — que limita o horário de funcionamento e frequência de pessoas em bares, restaurantes, academias, salões de beleza, shoppings, escritórios, concessionárias e comércios de rua.

No estado do Rio de Janeiro, o governador em exercício, Cláudio Castro, anunciou, ao lado do prefeito eleito Eduardo Paes, que, a partir de amanhã, começará a receber testagem em massa para covid-19. Trata-se de uma tentativa, que aliada à ampliação na oferta de leitos exclusivos para pacientes infectados, de conter o avanço da doença e evitar um novo lockdown. Conforme disse, a testagem começaria a ser realizada no Rio (capital), nos municípios da Baixada Fluminense e em São Gonçalo. O exame a ser feito será o PCR, por meio da inserção de um cotonete nas vias nasais.

As medidas vêm no momento em que pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) recomendam medidas urgentes, como fechamento de praias e limitação de horário para o funcionamento de estabelecimentos.

Números em alta

As ações mais restritivas visam conter a movimentação da população gerada pela flexibilização do distanciamento social. O cenário foi confirmado ontem pelos dados da edição mensal da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Covid-19, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ontem. A pesquisa mostrou, por exemplo, que o número de cidadãos que não tomou nenhuma medida de restrição para evitar a infecção aumentou 3,3 milhões em um mês. Em outubro, esse número chegou a 9,7 milhões de pessoas –– ou seja, 4,6% dos 211,5 milhões de residentes no país.

* Estagiária sob a supervisão de Fabio Grecchi

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