Amazonas

Empresa vai trazer oxigênio da Venezuela para abastecer Manaus

Nesta quinta-feira, os estoques de oxigênio em Manaus acabaram; pacientes tiveram que ser transferidos para seis estados

Thays Martins
postado em 14/01/2021 18:59 / atualizado em 14/01/2021 19:00
 (crédito: Michel Dantas/AFP)
(crédito: Michel Dantas/AFP)

O Amazonas vai recorrer a Venezuela para garantir o abastecimento de oxigênio. A maior empresa fornecedora do produto no estado, White Martins, informou, nesta quinta-feira (14/1), que identificou estoques de oxigênio no país vizinho e que importará o produto para a região amazonense.

Segundo a empresa, houve um grande aumento da demanda pelo insumo nos últimos 15 dias no estado. De acordo com a White Martins, o consumo aumentou pelo menos cinco vezes e agora é o triplo da capacidade de produção da unidade de Manaus.

A empresa também informou que colocou a disposição das autoridades 32 tanques criogênicos móveis que estão em São Paulo e serão transportados para Manaus. 

Os hospitais de Manaus enfrentam um colapso pelo aumento dos casos da covid-19. Nesta quinta-feira, as unidades de saúde ficaram sem oxigênio. O estado teve que enviar pacientes para outras seis regiões, inclusive Brasília.

O Amazonas já registrou mais de 219 mil casos da covid-19 e 5.879 mortes desde o início da pandemia. Pelo menos 1.564 pacientes seguem internados no estado.

Nesta quinta, a Força Aérea Brasileira (FAB) levou para Manaus oito toneladas de material hospitalar, entre macas, camas e cilindros de oxigênio. 

Veja a nota da White Martins 

Em virtude da escalada sem precedentes da pandemia de COVID-19 no estado do Amazonas e da situação de calamidade pública em Manaus, a White Martins tem mobilizado todos os esforços para suprir a demanda exponencial de oxigênio, que já aumentou cinco vezes nos últimos 15 dias, alcançando um volume de 70 mil metros cúbicos por dia. Esse consumo equivale a quase o triplo da capacidade nominal de produção da unidade local da White Martins em Manaus (25 mil m3/dia) e segue crescendo fora de controle e qualquer previsibilidade. Para se ter uma ideia, durante a primeira onda da pandemia, entre abril e maio de 2020, o consumo alcançou um pico de volume de 30 mil metros cúbicos por dia. Anteriormente à pandemia, esta planta operava com 50% de sua capacidade e isso era suficiente para atender todos os clientes dos segmentos medicinal e industrial que somavam um consumo na ordem de 10 a 15 mil m3 por dia.

No cenário atual de crise sem precedentes, a White Martins conseguiu recentemente ampliar até o limite máximo a capacidade de produção da planta de Manaus – de 25 para 28 mil metros cúbicos por dia – e direcionou toda a produção de oxigênio da unidade para o segmento medicinal. A unidade da White Martins em Manaus já havia passado ao longo de 2020 por processos de ampliação que permitiram à empresa aumentar significativamente sua capacidade de produção local. Uma das iniciativas com esse objetivo foi a instalação de um compressor de ar adicional na operação com capacidade nominal de produção de 700 m3 por hora e que permitiu obter um incremento no volume de 1800 m3 por dia. Naquele momento, a empresa também aumentou a estocagem de oxigênio líquido em cerca de 30% para garantir ainda mais confiabilidade no fornecimento do produto.

Por se tratar de uma pandemia global e que afeta todo o país, o cenário logístico na região – que por si só já é extremamente desafiador por não contar com acesso terrestre – fica ainda mais complexo. Por isso, a empresa vem implementando uma grande operação por vias fluvial e aérea, em cooperação com as autoridades governamentais e as forças armadas, para trazer oxigênio de fábricas localizadas em outros estados. Logo no início de janeiro de 2021, a companhia deslocou para esta operação 23 carretas criogênicas e 4 isotanques de 7 estados diferentes, que permitiram o incremento do volume médio de 22 mil metros cúbicos por dia. A companhia também já viabilizou o envio de 500 cilindros com suporte da FAB, o que representou um acréscimo de volume de 5.000 metros cúbicos. A empresa reforçou ainda o monitoramento do consumo dos hospitais da região e otimizou ao máximo as rotas de entrega para abastecimento dos tanques que armazenam o produto. Além disso, já colocou à disposição das autoridades o envio de 32 tanques criogênicos móveis que neste momento estão em São Paulo e aguardando nova mobilização para serem transportados para Manaus.

A White Martins já identificou a disponibilidade de oxigênio em suas operações na Venezuela e neste momento está atuando para viabilizar a importação do produto para a região.

 

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