COVID-19

"Hoje é o Dia V. Dia da vitória. Dia da vacina", diz João Doria

Governador de São Paulo aproveita cerimônia da primeira pessoa a ser vacinada no país com a CoronaVac para comemorar a vitória da ciência sobre o "negacionismo" e sobre "que preferem o cheiro da morte"

Rosana Hessel
postado em 17/01/2021 16:15 / atualizado em 17/01/2021 20:37
 (crédito: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)
(crédito: Governo do Estado de São Paulo/Divulgação)

Ao comemorar a aplicação da primeira dose da CoronaVac em uma brasileira fora dos estudos clínicos, neste domingo (17/01), o governador do estado de São Paulo, João Dória (PSDB), comemorou e afirmou que este dia é o “Dia V” contra o negacionismo e "contra quem gosta do cheiro da morte".

“Hoje, repito é o dia V. É o o dia da Vacina. É o dia da Vitória. É o dia da Verdade. É o dia da Vida", afirmou Doria, ao lado da enfermeira Mônica Calazans, primeira pessoa a ser vacinada no país.

O governador paulista, com voz embargada, disse que este domingo é o dia do "triunfo". "O triunfo da vida contra os negacionistas e contra aqueles que preferente que preferem o cheiro da morte. É uma conquista que fortace milhões de pessoas que defendem a vida", afirmou o tucano, em uma clara referência ao discurso do presidente Jair Bolsonaro, no início da pandemia que classificou a doença como "gripezinha" e insiste em recomendar "tratamento precoce" com cloroquina, sem qualquer eficácia comprovada pelos órgãos científicos do país e do mundo. 

Mônica Calazans foi vacinada com o imunizante fabricado pelo Instituto Butantan, do governo de São Paulo, em parceria com a chinesa Sinovac, poucos minutos após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em reunião extraordinária realizada neste domingo. A enfermeira, de 54 anos, moradora de Itaquera, na Zona Leste da capital paulista recebeu a primeira dose da CoronaVac no Hospital das Clinicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Doria avaliou o feito como uma vitória da ciência e dedicou a o "Dia V" aos 209 mil mortos pela covid-19 e seus familiares, assim como aos mais de 8 milhões de pessoas que contraíram o vírus e, principalmente, aqueles que estão lutando para a sobrevivência à pandemia. Ele destacou que a CoronVac é a "vacina do Brasil" e ela só existe porque "o governo de São Paulo agiu", ao contrário do governo federal, que deu 

O tucano também fez questão de homenagear os profissionais de saúde que trabalham nas frentes dos hospitais, como médicos e enfermeiras, e também aos pesquisadores que trabalharam no desenvolvimento da CoronaVac.

"A vitória de hoje vai salvar milhões", frisou o governador, acrescentando que do dia de hoje é um dia de homenagem para aquelas que valorizam a vida. "Ao contrário daqueles que, nos últimos 11 meses, flertaram com a morte", emendou.

De acordo com o tucano, as primeiras doses da CoronaVac enviadas rapidamente em caminhões para o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP) a fim de atender a demanda do governo federal para iniciar a vacinação na quarta-feira (20/01). “Esperamos que o Ministério da Saúde atue de forma diligente e atenda, especialmente, aos profissionais de saúde, que estão na linha de frente e padecem ante a inércia do governo federal”, afirmou.

O governador ainda pediu para que o governo pare de recomendar cloroquina, que não tem eficácia comprovada, para a população. “Eu espero que o comportamento do Ministério da Saúde seja pela vida e peço também que pare de distribuir e recomendar o uso da cloroquina. É criminoso fazer crer a população, sobre tudo a mais desvalida, mais simples e mais humilde, que a cloroquina salva. A cloroquina não salva e em alguns casos cloroquina mata”, disse.

E, ao ser questionado sobre as críticas do Ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de que teria dado um golpe de marketing com antecipação da vacinação no estado, o Doria rebatou que o governo federa deu "golpe de morte, com seu negacionismo, com suas mentiras”.

 

 

 

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