COVID-19

Covax: Brasil receberá menos vacinas que países emergentes com população inferior

Paquistão e Nigéria receberão de consórcio da OMS. no primeiro semestre, 17,2 milhões e 16 milhões de doses, respectivamente, enquanto Brasil terá 10,7 milhões

Sarah Teófilo
Bruna Lima
Maria Eduarda Cardim
postado em 03/02/2021 14:28 / atualizado em 03/02/2021 21:04
 (crédito: PRAKASH MATHEMA)
(crédito: PRAKASH MATHEMA)

Mesmo diante da dificuldade em importar matéria-prima para ampliar a oferta de vacinas contra a covid-19 em um momento em que o país assiste o número de casos e mortes pela doença aumentar novamente, o governo federal fechou acordo com a quantidade mínima de oferta proposta pelo mecanismo multilateral Covax Facility. Com isso, receberá, neste primeiro semestre, apenas 10,7 milhões de doses de vacina contra a covid-19, proporção inferior a de outros países emergentes incluídos na divisão, como Bangladesh e Nigéria.

Segundo o documento, divulgado nesta quarta-feira (3/2), que detalha a quantidade de vacinas disponibilizada para cada país que aderiu à Covax Facility, o Brasil terá acesso à 10,7 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca no primeiro semestre de 2021. 

Com número de habitantes inferior ao Brasil, Bangladesh vai receber 19,9% mais doses do que o Brasil. O montante definido é de 12,8 milhões de unidades. No entanto, em relação à gravidade da doença, os números brasileiros são substancialmente mais alarmantes. Enquanto mais de 226 mil brasileiros perderam a vida para a covid-19, Bangladesh, de acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins, 8,2 mil pessoas morreram em decorrência da doença.

Com 206 milhões de habitantes, a Nigéria receberá 16 milhões de doses. Quem também recebe maior quantidade de vacinas é a Indonésia: 13,7 milhões. No entanto, o país possui aproximadamente 273,5 milhões de habitantes, e a cota atende a praticamente mesma proporção que a brasileira.

No documento que detalha a divisão das doses, a Covax leva em consideração questões como vulnerabilidade e gravidade da pandemia. Ainda assim, todos os países receberão, neste primeiro momento, pelo menos o suficiente para atender 3% da população.

Entre fevereiro e março, o Brasil deve receber apenas 2,5 milhões de doses deste montante inicial e o restante deve ser entregue até o fim do primeiro semestre. O acordo prevê fornecimento de 42,5 milhões de doses ao longo de 2021, já que, quando aderiu à aliança, em setembro de 2020, o Brasil optou por contratar uma quantidade de vacinas para imunizar o equivalente a 10% da população, proporção mínima proposta pelo mecanismo.

Números finais

A Covax Facility afirma, ainda, que os números finais das doses que serão distribuídas aos países serão publicados em breve.

“O objetivo de compartilhar a distribuição provisória com os países, mesmo no ambiente de abastecimento global altamente dinâmico de hoje, é fornecer aos governos e aos sistemas de saúde as informações de que precisam para planejar seus programas nacionais de vacinação”, diz a nota da iniciativa internacional. 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação