Vacina russa

Sputnik V: Ministério da Saúde condiciona compra a "preço plausível"

Pasta afirma ainda que aquisição de 10 milhões de doses do imunizante depende do aval da Anvisa. Cada dose da vacina russa custa, segundo os produtores, menos de US$ 10, o que equivale a, aproximadamente, R$ 54

Sarah Teófilo
Bruna Lima
Maria Eduarda Cardim
postado em 05/02/2021 13:28 / atualizado em 05/02/2021 13:29
 (crédito: AFP / Argentina's Presidency Press Office)
(crédito: AFP / Argentina's Presidency Press Office)

Após se reunir com os desenvolvedores e fabricantes da vacina russa Sputnik V, nesta sexta-feira (5/2), o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, informou que a pasta tem a intenção de comprar o imunizante caso o preço seja "plausível". A aquisição também depende, segundo o coronel, de aprovação da Anvisa.

"Iremos contratar e comprar as 10 milhões de doses se o preço for plausível, e efetuaremos o pagamento após a Anvisa dar a autorização para uso emergencial da Sputnik V, fazendo a disponibilização imediatamente aos brasileiros", afirmou o secretário.

De acordo com os produtores da vacina, o preço de uma dose está abaixo de US$ 10, o que equivale a, aproximadamente, R$ 54. A faixa de preço é semelhante à da chinesa CoronaVac.

Há, ainda, interesse por parte do governo federal em continuar a ofertar o imunizante russo sem precisar depender da importação, já que o laboratório brasileiro União Química vai incorporar a tecnologia da vacina, tornando o Brasil autônomo na produção. "A depender dos entendimentos que tivermos com a União Química, interessa-nos também adquirir a produção que a empresa vier a fazer no Brasil dessa vacina", completou Franco.

Para assinar qualquer tratativa, o ministério aguarda aval da Anvisa. Os responsáveis pela Sputnik V indicaram que 400 mil doses chegarão ao país uma semana depois do fechamento do contrato. No mês seguinte serão enviadas outras 2 milhões de unidades e o restante ao longo do segundo e do terceiro mês, fechando 10 milhões de vacinas prontas.

O cronograma deve avançar com a finalização do processo de incorporação da tecnologia pela União Química, que estima, a partir de abril, já conseguir ofertar 600 mil doses por mês.

Anvisa facilita uso emergencial

A reunião com os representantes da vacina russa acontece dois dias depois da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) retirar a obrigatoriedade de estudos de fase 3 no Brasil da lista de requisitos para o pedido de uso emergencial de um imunizante. A retirada beneficia a SputniK V, que protocolou um pedido para uso emergencial da vacina em 16 de janeiro, mas teve os documentos negados por não atender a todas as exigências regulatórias.

A vacina russa ainda não tem estudos de fase 3 no Brasil, mas sim em outros países. Por isso, os fabricantes agora poderão complementar os documentos faltantes e solicitar à Anvisa o uso emergencial da Sputnik V. O diretor de Negócios Internacionais da União Química, Rogério Rosso, aposta na aprovação do pedido ainda "nos próximos dias".

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