COVID-19

Pandemia: cartórios registram queda de 17% de nascimentos em janeiro

Levantamento da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais aponta queda em relação ao ano passado, sendo o menor número do mês desde 2017

Sarah Teófilo
postado em 09/02/2021 14:00

Um levantamento realizado pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) mostra que houve uma queda de 17% dos nascimentos no mês de janeiro deste ano, com 208,9 mil registros, em relação ao ano passado, quando houve 244,9 mil nascimentos. O número é o menor desde 2017, quando a quantidade de nascimentos foi de 200,6 mil.

Os dados se baseiam em 7,6 mil cartórios de Registro Civil. Segundo a associação, a queda evidencia uma redução no “primeiro mês após o período normal de gestação, desde a chegada da covid-19 no Brasil, em que os casais optaram por ter ou não filhos, já com a crise sanitária instalada no país”. A associação abastece um portal da transparência dos registros com estatística de cartórios em todo o país.

Do total, 26 das 27 unidades federativas registraram redução no número de nascimentos em janeiro deste ano, comparando com o ano passado. Maranhão foi o estado com maior redução, 26% a menos de nascimentos, seguido pelo Amazonas (23,9%), Roraima (23%), Piauí (21,3%) e Mato Grosso (19,9%). Já os estados com menor redução foram Rondônia (3,3%), Paraíba (5,8%), Acre (6,5%), Mato Grosso do Sul (6,9% e Ceará (8,9%).

A associação, fundada em 1993, explicou que o número pode sofrer alterações, visto que "os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o nascimento e o lançamento" no portal. "Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela covid-19", informou.

“A COVID-19 afetou todos os aspectos vitais da população brasileira, sejam eles pessoais, econômicos ou da vida civil. No Registro Civil, que compreende os atos principais de cidadania, já eram nítidos os impactos nos óbitos e nos casamentos, mas agora, passados nove meses desde o mês de abril, verificou-se o primeiro impacto na natalidade da população brasileira. Na pandemia, os casais optaram por adiar o sonho de terem filhos, o que certamente impactará futuramente no desenvolvimento do país”, afirmou o presidente da Arpen-Brasil, Gustavo Renato Fiscarelli, conforme texto divulgado pela instituição.

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