Covid-19

Variante mais transmissível cresce no Brasil, diz Imperial College

Estudo britânico aponta que a variante brasileira do vírus da covid-19 pode ser mais resistente à resposta imunológica, além de ser mais facilmente transmitida

Fernanda Strickland
Natália Bosco*
postado em 02/03/2021 17:10 / atualizado em 02/03/2021 17:14
 (crédito: AFP / TARSO SARRAF)
(crédito: AFP / TARSO SARRAF)

Estudo feito pela universidade britânica Imperial College de Londres mostra que a taxa de transmissão da covid-19 no Brasil teve uma alta expressiva. O documento aponta que a variante brasileira gerou uma segunda onda de infecções mesmo em uma região duramente atingida pela primeira onda de contágio do novo coronavírus. Levantamento divulgado nesta terça-feira (2/3) compara os dados recolhidos pelo instituto na semana passada, em uma parceria com a Universidade de São Paulo (USP).

O estudo cita a variante de Manaus, chamada de linhagem P.1, e diz que análises estatísticas do genoma sugerem que, provavelmente, a linhagem tem circulado na região do estado do Amazonas desde novembro. Além disso, o documento afirma que a variante já foi identificada em mais de 20 países, incluindo o Reino Unido.

A nova linhagem é citada como sendo uma “Variante de Preocupação”. Um dos fatores dessa variante são as várias mudanças genéticas que os pesquisadores já identificaram na P.1. Até agora, foram 17 mutações genéticas, incluindo um trio na proteína spike, que é associada ao aumento da ligação do vírus à célula humana.

Mais transmissível e evasiva

O estudo aponta que essa linhagem do vírus cresce rapidamente pelo Brasil e é provavelmente mais transmissível, podendo ter a habilidade de escapar da imunidade protetora. “Os pesquisadores estimam que a P.1 é entre 1,4 e 2,2 vezes mais transmissível que linhagens de não Variantes de Preocupação. Além disso, eles estimam que a P.1 evita de 25% a 61% da imunidade protetora decorrente da infecção de variantes precedentes. A relação exata entre o aumento da transmissibilidade e a evasão da imunidade não é conhecida atualmente”, descreve o documento.

*Estagiárias sob a supervisão de Andreia Castro

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