Vídeo

Tubarão é retirado do mar e torturado por banhistas e Ibama autua 6 no Ceará

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o animal sendo retirado do mar e agredido a chutes e pauladas até a morte

Mariana Fernandes
postado em 17/03/2021 12:34 / atualizado em 17/03/2021 15:14
 (crédito: Divulgação)
(crédito: Divulgação)

Seis pessoas foram identificadas e autuadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) após envolvimento em tortura e morte de um tubarão na Praia Balbino, no município de Cascavel, no litoral do Ceará. O caso aconteceu no último domingo (14/3).

Imagens do animal nadando na superfície do mar e depois sendo retirado da água e agredido com chutes e pauladas, circularam nas redes sociais e permitiram a identificação dos envolvidos. Os vídeos também mostram o animal sendo puxado por um buggy, amarrado em uma corda. E, em outras imagens o animal aparece agonizando na areia da praia.

Na ocasião, o Ibama emitiu multa por maus-tratos. Os autuados foram intimados a depor na Delegacia de Crimes Ambientais do Ceará, onde ainda responderão por crime ambiental. A pena determinada pela Lei n.º 9.605 de Crimes Ambientais, é de detenção de três meses a um ano, aumentada de um sexto a um terço pela morte do animal, em casos como o relatado.

O Ibama esclareceu também que perseguir, apanhar e utilizar animais silvestres sem a devida permissão também é considerado ilícito ambiental.

Repúdio

Nas redes sociais, a Associação dos Moradores do Povoado de Balbino disse que vai apurar os fatos ocorridos. "Nos comprometemos a apurar os fatos ocorridos na Praia do Balbino na manhã deste domingo e a tomar as medidas que julgarmos pertinentes. Não nos furtaremos da responsabilidade que nos cabe, enquanto associação reconhecida pela sua história de luta pelo bem-viver nestas terras", afirmou a associação.

"Nós, moradores da Praia do Balbino, neste ato representados pela AMPB - Associação dos Moradores do Povoado do Balbino -, entidade privada que nos reúne e representa, inscrita no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica sob o número 12.360.558/0001-67, viemos a público REPUDIAR O CRIME AMBIENTAL ocorrido aqui.


Para nosso espanto, se fez conhecer no final da manhã deste domingo, dia 14 de março de 2021, imagens em que pessoas agridem um tubarão. Algumas pessoas gravaram e publicaram vídeos e fotos, deixando a nossa comunidade perplexa e com a reputação comprometida diante da sociedade igualmente escandalizada.


Esclarecemos aos amigos da Praia do Balbino, que frequentam a nossa comunidade pelas suas belezas naturais e povo acolhedor, que este ato em nada tem a ver com a nossa cultura que sempre foi de convivência harmônica com o patrimônio natural de onde pescadores e marisqueiras tiram a sua sobrevivência há décadas, praticantes de esportes marítimos encontram lugar propício para as suas práticas e estudiosos se socorrem a busca de respostas para as questões da ciência, ancestralidade dos povos, etc.
Portanto, nos comprometemos a apurar os fatos ocorridos na Praia do Balbino na manhã deste domingo e a tomar as medidas que julgarmos pertinentes. Não nos furtaremos da responsabilidade que nos cabe, enquanto associação reconhecida pela sua história de luta pelo bem-viver nestas terras."


Espécie ameaçada

Segundo o Instituto, o animal que sofreu o ataque é um tubarão-cabeça-chata (Carcharhinus leucas), espécie quase ameaçada de extinção, e estava em seu habitat quando foi capturado.

Os tubarões são fundamentais para o equilíbrio do ecossistema marinho. Por estarem no topo da cadeia alimentar, contribuem para o controle das populações das espécies que predam. Em muitas regiões do mundo, a diminuição ou desaparecimento dos tubarões fez com que a pescaria entrasse em colapso, causando grande prejuízo econômico.

 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação