CASO HENRY BOREL

Babá de Henry: Monique pediu que Jairinho continuasse "pagando suas coisas"

Conteúdo das conversas encontradas em telefone da babá com seu pai foi divulgado após o resultado do laudo de extração do telefone, divulgado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro

Pedro Ícaro*
postado em 04/05/2021 18:00
 (crédito:  Tânia Rêgo/Agência Brasil)
(crédito: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

A Polícia Civil do Rio de Janeiro concluiu que, antes de ser assassinado, o menino Henry Borel foi torturado pelo menos duas vezes, nos dias 2 e 12 de fevereiro deste ano, pelo vereador Dr. Jairinho. Segundo o delegado Henrique Damasceno, a babá “suavizou extremamente a rotina de violência que existia ali dentro” em troca de mensagens com o noivo, como diz o laudo de extração do telefone de Thayná Ferreira, e contou ao pai que a então patroa pediu que Jairinho continuasse "pagando suas coisas" após bater nela.

“Nesse primeiro episódio, por exemplo, nós encontramos conversas entre ela e o noivo demonstrando que, nas palavras dela, ‘parecia, dentro do quarto, que o padrasto estava tapando a boca do menino’ e que o menino gritava ‘eu prometo’. Enfim, uma série de episódios bastante sérios”, disse o delegado em coletiva.

Em conversas analisadas pela Polícia Civil do Rio, Thayná Ferreira afirma que Monique Medeiros, após uma briga do casal, arrumou as malas do parlamentar para que fosse embora e ameaçou Dr. Jairinho para que continuasse a manter seu sustento, caso contrário iria prejudicá-lo. A babá trocou essa mensagem com seu pai enquanto ainda estava na casa.

“Ele bateu nela. Enforcou. E aí ela disse que ele vai sair, mas que vai ficar pagando as coisas dela. Se não ela vai f… ele. Aí, ele está com o rabo entre as pernas. E disse que 'tá'. Aí, passou o dia todo ligando para ela. Conversando. Chamando de amor. Como se nada tivesse acontecido. E ela falando que ela não esqueceu, não. Que foi a segunda vez que ele fez. A casa está com as paredes toda suja. Ele quebrou as malas dela”, escreveu.

A babá foi quem relatou à Monique as agressões do dia 12 de fevereiro por meio do mesmo aplicativo de mensagens, quando Henry saiu do quarto em que estava com o vereador mancando e com hematomas. Monique chegou às 19h daquele dia, pois estava no salão de beleza.

Uma nova investigação foi aberta para investigar o crime de falso testemunho cometido pela babá, visto que o inquérito do caso foi concluído nessa segunda-feira (3) pela Polícia Civil do Rio de Janeiro ao indiciar Monique e Jairinho por homicídio duplamente qualificado, com impossibilidade de defesa da vítima, e tortura. Agora, o inquérito será analisado pelo Ministério Público, que pode ou não prosseguir com a denúncia oficial dos suspeitos. Thayná Ferreira admitiu que, no segundo depoimento, mentiu a pedido de Monique.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

 

https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2021/05/4921913-caso-henry-jairinho-e-monique-sao-indiciados-por-homicidio-qualificado.html

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