O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, admitiu, durante audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, realizada nesta quinta-feira (6/5), que o ministério anunciou um número maior de vacinas contra o novo coronavírus contratadas do que o montante real. Peças publicitárias divulgadas pela pasta e, até mesmo, pronunciamentos do próprio Queiroga enfatizavam que o governo federal já tinha contratado mais de 500 milhões de imunizantes. O número real, no entanto, de doses adquiridas é 430 milhões, segundo novo posicionamento do ministro.
A informação foi dada por Queiroga após ele ser questionado sobre o posicionamento do próprio Ministério da Saúde, que informou, em resposta a um questionamento do deputado Gustavo Fruet (PDT-PR), ter apenas 281 milhões de imunizantes contratados — metade da quantidade anunciada pelo governo federal.
O ministro da Saúde disse que esta informação, fornecida pela área técnica da pasta, é "imprecisa e será corrigida". "Essa informação que foi feita de maneira imprecisa para o deputado Gustavo Fruet. Não se consideram as vacinas da Fiocruz, porque esse acordo é feito através de transferência, de TED. Então, não há um contrato entre a Fiocruz e o Ministério da Saúde. E essas doses da Fiocruz não foram ali consideradas. De tal maneira que o Ministério da Saúde já vai fazer uma retificação dessa informação que foi prestada de maneira imprecisa à Câmara dos Deputados", explicou o ministro.
A última projeção contratual de entregas de vacinas, atualizada nesta quarta-feira (5/5) pelo Ministério da Saúde, indica que o país adquiriu, de fato, cerca de 423 milhões de vacinas, quantidade um pouco inferior à que foi informada pelo ministro durante o depoimento à CPI.
No documento, cerca de 140 milhões de imunizantes são descritos como "quantitativos previstos a serem contratados”, ou seja, ainda não foram fechados contratos de fato para a aquisição destes montantes. Com eles, aí sim o país passaria a ter 563 milhões de vacinas contra a covid-19.
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