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Ricardo Albin, da Fieb, diz que é hora de uma política de Estado

Presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Ricardo Alban, defende uma indústria eficiente e competitiva

Correio Braziliense
postado em 13/05/2021 11:54 / atualizado em 13/05/2021 12:41
 (crédito: Reprodução/Youtube)
(crédito: Reprodução/Youtube)

O setor químico, que tem suas vertentes petroquímica e farmacêutica, mostrou-se de vital importância para o país durante a pandemia, segundo o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Ricardo Alban. Ele ressaltou a necessidade de o Brasil ter uma política industrial de Estado. “Não estou falando de política industrial nos moldes de antigamente, baseada apenas em incentivo fiscal. Mas uma política industrial de Estado, em que se vê o encadeamento produtivo, que se entenda quais são os posicionamentos estratégicos e se busque a competitividade. Não apenas que a empresa seja eficiente, mas que dê as condições de competitividade”, afirma.

Para Alban, é preciso criar “condições equânimes antes de cobrar da indústria tantas respostas, pois já vem sofrendo um claro processo de desindustrialização”. “Temos que ser os mais prudentes e responsáveis possíveis num processo de risco de mais uma desindustrialização do nosso país, mas tenho certeza de que o Congresso Nacional está bem capacitado para entender o âmago dessa questão, não vai se restringir nesse momento à indústria química, petroquímica e variantes, mas à indústria de um modo geral”, diz.

O presidente da Fieb ressalta o elevado custo de eletricidade no país, um entrave para a indústria. Segundo ele, isso não é compatível em um país com a matriz energética do Brasil, que deveria ser uma das energias mais baratas do mundo. O executivo lembra que já houve uma promessa de redução do preço do gás, “que não é só insumo energético, mas, também, matéria-prima fundamental”. “Há algum tempo nos foi prometido que o preço gás cairia sensivelmente de preço. Estamos vendo um processo inverso”, reclama. “O movimento do dólar pode ter ajudado, mas o petróleo teve uma descida e recuperou agora um pouco acima do patamar em que estava”, justificou.

Convergência

Na opinião de Alban, é importante manter o diálogo entre o setor e as instituições políticas, pois o Legislativo é a voz de toda a indústria brasileira. “Gostaríamos de ver o Congresso ter conosco a mesma empatia que tem com o agronegócio, que é de capital importância. Não é só a Federação do Estado da Bahia, mas tenho certeza que de Alagoas, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, de São Paulo… Estamos empenhados em trabalhar juntos e darmos essa demonstração de convergência. Nós queremos encontrar a equação certa para garantir a competitividade da nossa indústria química e petroquímica, mas de uma forma racional, razoável e negociável. Precisamos aprender a dialogar”, diz.

Alban afirma que o setor químico e petroquímico, importante para o Brasil, tem relevância especial para a Bahia. A importância se dá não apenas porque perderam recentemente um complexo automotivo forte. “Estamos, agora, num processo de assunção da gestão por parte do fundo Mubadala, da refinaria. E, provavelmente, a nossa grande central, a Braskem, como em outros estados, deve passar por um processo sucessório de acionistas”, ressalta.

Segundo ele, “toda essa conturbação vai afetar decisões estratégicas ao longo do tempo, quer de investimentos da refinaria, quer do próprio processo de venda do complexo da Braskem, em outros estados e até em outros países”. “Então, isso, por si só, já mostra o grau de importância que a Bahia dá a esse assunto. E, se existem males que vêm para o bem, com isso, nós criamos uma convergência em toda a bancada baiana hoje, porém tem exceções por questões político-partidárias. Mas toda a bancada baiana, de modo geral, está solidária a esse movimento”, garante.

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