CORONAVÍRUS

Intervalo entre doses da Pfizer passará a ser de oito semanas

Medida foi anunciada pelo Ministério da Saúde com o objetivo de acelerar a imunização completa da população. Procedimento semelhante também deveria ser feito com a vacina da AstraZeneca, mas há falta do imunizante em vários estados

Maria Eduarda Cardim
postado em 16/09/2021 06:00
Apesar dos problemas ainda existentes na distribuição dos fármacos aos estados, Marcelo Queiroga afirma que
Apesar dos problemas ainda existentes na distribuição dos fármacos aos estados, Marcelo Queiroga afirma que "há excesso de vacinas" no país - (crédito: Walterson Rosa/MS)

O Ministério da Saúde concluiu, ontem, o envio de todas as vacinas contra a covid-19 necessárias para imunizar todos os adultos brasileiros com a primeira dose. Com isso, anunciou a redução do intervalo entre a primeira e a segunda doses da vacina da Pfizer, de 12 para 8 semanas. A mesma medida seria adotada com a vacina da AstraZeneca, como anunciado pela pasta em 25 de agosto, mas, diante do desabastecimento do imunizante, não foi possível antecipar a segunda aplicação.

A previsão feita pelo governo federal era de que a redução do intervalo entre as doses ocorresse a partir da segunda quinzena de setembro tanto para a vacina da Pfizer, como para a da AstraZeneca, já que ambas possuem o intervalo de 12 semanas. Porém, a antecipação da segunda dose da AstraZeneca não foi recomendada diante do desabastecimento da vacina, que, no Brasil, é produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Por causa do atraso no recebimento do Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), a Fiocruz ficou duas semanas sem entregar vacinas para o Programa Nacional de Imunizações (PNI). Somente nesta semana, voltou a enviar doses ao governo federal, mas ainda em quantidade pequena. Foram liberadas 1,7 milhão de doses, e outras unidades devem ser entregues nesta semana. Segundo a Fiocruz, as remessas semanais estão garantidas até o fim deste mês.

O Correio questionou se o Ministério tinha um prazo para também encurtar o intervalo entre as doses da AstraZeneca, mas a pasta só informou que mantém o intervalo de aplicação de 12 semanas para o imunizante. Já no caso da Pfizer, a segunda dose poderá ser antecipada para oito semanas depois da primeira aplicação. O vídeo da campanha para informar a redução do intervalo foi divulgado ontem pela pasta. Mas a medida ainda não foi adotada de fato por todos os estados.

Ontem, em coletiva, o governo do estado de São Paulo informou que ainda não definiu como será feita a antecipação do intervalo entre a primeira e a segunda dose da vacina da Pfizer. “Nós recebemos a orientação de fazer antecipação a partir de hoje, porém, não recebemos doses para fazer essa antecipação”, disse o secretário de Saúde do estado de São Paulo, Jean Gorinchteyn.



Excesso de vacinas

Mesmo diante das críticas sobre a logística de distribuição e da falta de imunizante para antecipar a segunda dose da vacina da AstraZeneca, para o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, há excesso de vacinas no país. “Há excesso de vacinas, na realidade. O Brasil já distribuiu 260 milhões de doses de vacinas, e 210 milhões já foram aplicadas”, afirmou Queiroga, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, onde acompanhou o envio de imunizantes para os estados.

A pasta concluiu, ontem, o envio de vacinas contra a covid-19 para imunizar toda população adulta brasileira — estimada em 158 milhões — com, pelo menos, a primeira dose. Até o momento, 88% dessa população recebeu a primeira dose. Com a entrega de mais 1,1 milhão de doses da vacina da Pfizer, hoje, aos estados brasileiros, o governo federal indica que já foram enviadas mais de 265 milhões de unidades de vacinas contra o novo coronavírus.

Depois, em pronunciamento, o ministro destacou que a campanha de vacinação contra a covid-19 é o “elo” que une saúde e economia. “Quem duvidava da campanha de vacinação do Brasil é porque não acredita no SUS; e se não acredita no SUS, não acredita na Constituição Federal”, afirmou. O Ministério da Saúde também começou ontem a campanha para dose de reforço que será oferecida para idosos com mais de 70 anos e pessoas imunossuprimidas.

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