Covid-19

Vacinados reconhecem valor da proteção que negacionistas buscam minimizar

Quem se imunizou contra o coronavírus não questiona a saúde como significado da cobertura vacinal em qualquer tempo, enquanto falta argumento à rejeição

Estado de Minas
postado em 17/09/2021 17:36 / atualizado em 17/09/2021 17:37
 (crédito:  Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
(crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

Moradora do distrito de São Bartolomeu, em Ouro Preto, na Região Central de Minas, Claudilene Aparecida da Silva, de 33 anos, não se descuida um minuto da saúde dos filhos Henrique, de 8, e Alice, de 7, crianças que irradiam alegria. Mantendo os cartões de vacina e um caderno com as anotações, Claudilene não “cai” em fakenews e muito menos em boatos. “As vacinas evitam um mal maior, servem para nos proteger das doenças”, afirma na porta de casa. Já com a primeira dose contra a COVID-19 no braço, Claudilene adere às campanhas de imunização por dever sagrado: “Vacina é saúde”.

Em Santa Luzia, na Região Metropolitana de BH, o servente de pedreiro Guilherme Rodrigues, de 28, solteiro, também se mostra orgulhoso de ter tomado a primeira dose e guarda da memória os ensinamentos familiares. “Minha mãe diz que a defesa está em nossas mãos e, agora, na ponta da agulha”.

Se há pessoas que acreditam nas vacinas, outras trazem, do berço, a negação desse benefício. “Eu me vacinei agora contra a COVID-19, porque irei à Irlanda visitar minha irmã. Do contrário, não tomaria a injeção. Minha mãe dizia que a doença vem de dentro para fora, o mal está nas palavras, nas ações, e a somatização adoece o corpo físico”, diz uma publicitária de 45 anos, moradora de BH, que prefere não se identificar.

Eis o seu relato: “Quando criança, nunca tomei vacinas. Só fui saber o que era isso aos 19 anos, numa viagem a Goiânia (GO). O ônibus parou numa barreira sanitária e me lembro de ter feito um escândalo. Mas acabei aceitando, pois, do contrário, voltaria para casa. Depois, ao sofrer um acidente, veio a vacina contra tétano. Foram essas e agora a contra a COVID. Tive catapora e rubéola, mas nunca fiquei doente. Com a minha irmã foi diferente, a saúde dela era frágil e, logo criança, recebeu as vacinas”.

Recordando o início da campanha em 1999 para imunizar os idosos contra a gripe, uma mulher residente na Grande BH se recorda ainda com aflição daquele tempoo]. “Minha estava com 70 anos e se recusou a tomar a vacina. Foi ‘na onda, na conversa fiada do povo’ de que o governo queria exterminar os aposentados para acabar com o pagamento dos benefícios e das pensões às viúvas. Desde então, nunca estendeu o braço à saúde. Fico preocupada, pois, com mais de 90, avisou que ‘nem morta’ vai tomar as duas doses contra a COVID-19. Pensei que fosse culpa do pastor da igreja que ela frequenta, mas até ele tentou convencê-la a se vacinar. Pelo menos, minha mãe não sai mais de casa”. (GW)

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