Doenças respiratórias estão entre as principais causas de morte em todo o mundo. A Organização Mundial da Saúde (OMS) define como doenças respiratórias aquelas que atingem de maneira crônica as vias aéreas superiores e inferiores. Tais distúrbios estão relacionados a fatores genéticos e hereditários, como a fibrose cística e a hipertensão arterial pulmonar, por exemplo, ao passo que outras são preveníveis.
Para promover amplo debate sobre o tema, o Correio Braziliense realiza hoje, das 11h30 às 13h, o seminário virtual Correio Talks — Impacto Social das Doenças Pulmonares Graves. O evento será transmitido pelas redes sociais do jornal (site, Facebook, Instagram e You Tube) e vai reunir especialistas e autoridades para analisar as tendências, cenários, políticas públicas de saúde, além de debater a criação da Frente Parlamentar de Doenças Pulmonares Graves.
Nos últimos anos, a incidência de doenças como fibrose cística, asma grave e hipertensão pulmonar tem aumentado, sendo os principais afetados crianças e idosos. A European Lung Foundation (ELF) aponta que as doenças pulmonares são uma das maiores preocupações de saúde a nível mundial, causando cerca de um sexto do total de mortes no mundo.
Segundo a Associação Brasileira de Apoio à Família com Hipertensão Pulmonar e Doenças Correlatas (Abraf) estima-se que há, no Brasil, 30 mil pacientes com fibrose pulmonar idiopática, 40 mil com hipertensão pulmonar, 4 milhões com asma grave e 8 milhões com doença pulmonar obstrutiva crônica. A associação aponta que as internações por doenças cardiorrespiratórias custam mais de R$ 500 milhões por ano ao Sistema Único de Saúde (SUS), conforme dados obtidos pelo Datasus.
“São doenças que já têm um impacto social grande. Queremos chamar atenção para enfermidades menos conhecidas, para colocar tudo no mesmo pacote das doenças pulmonares graves, de modo que se garanta atenção adequada aos pacientes. Sobretudo agora, onde os serviços de pneumologia e de reabilitação respiratória devem estar bastante impactados em função da pandemia”, disse ao Correio Cristiano Silveira, Diretor de Políticas Públicas e Advocacy do Instituto Unidos pela Vida, um dos participantes do evento.
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Fibrose cística
Segundo a Associação Brasileira de Assistência a Mucoviscidose (Abram), cerca de 70 mil pessoas no mundo possuem fibrose cística, uma doença crônica, de origem genética, que afeta em especial os pulmões, e, nos casos mais graves, também o pâncreas e o sistema digestivo.
“A fibrose cística é uma doença rara e não tem cura. Assim, buscamos utilizar tratamentos contínuos e acompanhamento médico. Os diagnósticos geralmente são feitos na infância, e permanecem com o indivíduo pelo resto da vida. Contudo, temos pacientes que descobriram com mais de 50 anos. O mais comum é fazer o rastreio ainda na juventude, até por volta dos 14 anos”, disse o pneumologista e presidente da fundação ProAr, Rafael Stelmach.
A enfermidade é caracterizada pelo aumento da viscosidade do muco, que pode gerar bactérias e o desenvolvimento da infecção crônica. Segundo a Fundação ProAr, quando o pulmão está comprometido, ocorre lesão pulmonar e, dependendo do grau, pode levar à morte por disfunção respiratória. “No pâncreas, quando os ductos estão obstruídos pela secreção espessa, há uma perda de enzimas digestivas, levando à má nutrição. No passado chamada de mucoviscidose, a doença acomete 3 a 4 mil pessoas no país, aproximadamente”, diz texto elaborado pela fundação.
Frente Parlamentar
Com o objetivo de ampliar a articulação e o debate em prol da elaboração de políticas públicas para tratamento dos distúrbios no SUS, estão sendo coletadas assinaturas, na Câmara dos Deputados, para a criação da Frente Parlamentar de Prevenção às Doenças Pulmonares Graves. De acordo com Abraf, a iniciativa precisa da assinatura de 198 deputados para ser criada na casa legislativa.
“Com a frente de Doenças Pulmonares Graves, casos como a falta de medicamentos para pacientes de hipertensão pulmonar terão mais visibilidade e, possivelmente, uma resposta mais imediata das autoridades”, diz a Abraf.
Programação
MEDIAÇÃO
Vicente Nunes – Editor Executivo do Correio Braziliense
11h30
Abertura e apresentação dos painelistas
11h35
Pedro Westphalen – Deputado Federal (PP-RS)
11h45
Cristiano Silveira, Diretor de Políticas Públicas e Advocacy do Instituto Unidos pela Vida
11h55
Dr. Rafael Stelmach – Professor na Faculdade de Medicina da USP e Presidente da Fundação ProAR
12h05
Luiz Antônio Teixeira Jr. – Deputado Federal (PP-RJ)
12h15
Momento de debate e perguntas
13h
Encerramento
DATA
30/09/2021
Local: No site e redes sociais do Correio: Youtube, Twitter e Facebook
Formato: Painéis de debate com especialistas convidados
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