Furnas

Represa de Furnas registra o menor volume útil do ano no mês de setembro

A baixa nos números em um intervalo de 20 anos se repete pelo segundo mês consecutivo, em agosto o volume foi de 18,02%

Seguindo a tendência do mês de agosto, o volume útil da Represa de Furnas, em Minas Gerais, foi o menor registrado para um mês de setembro nos últimos 20 anos, além de ter sido o menor volume útil registrado neste ano. Os dados são do Operador Nacional do Sistema (ONS), que registrou 14,48% do volume no dia 25 de setembro de 2021. O menor volume registrado foi em 2001, quando o Brasil passou por um racionamento de energia, chegando a 12,98% do reservatório. O montante atual do reservatório é de 754,1 metros, abaixo da cota mínima de 762 metros, de acordo com o ONS. 


Os números merecem atenção redobrada, pois a Represa de Furnas abastece a hidrelétrica de Furnas, em São José da Barra (MG), responsável por 70% do fornecimento de energia do país, além de regular 12 barragens. O lago banha 34 municípios do Sul e Centro-Oeste e de Minas Gerais.


Além do problema envolvendo o fornecimento de energia, há também o uso da água do reservatório para a exploração do turismo e outras atividades econômicas. O volume atual de Furnas está com uma cota de 754 metros acima do nível do mar, oito metros abaixo do permitido para a exploração do turismo e outras atividades, de acordo com a Proposta de Emenda à Constituição, assinada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em 2020.


Os números abaixo do considerado aceitável já eram esperados. Em junho, o Sistema Nacional de Meteorologia emitiu alerta para as chuvas, antecipando que deveriam ficar na média ou abaixo dela até novembro e sem previsão de conseguir manter o nível dos reservatórios. Em agosto, o nível do reservatório também atingiu o menor número em 20 anos, chegando a 18,02%. O baixo volume é reflexo do menor nível de chuvas em 91 anos.


Novas medidas

Em 14 de setembro, o presidente da Furnas Centrais Elétricas, Clóvis Torres, pediu desculpas à população mineira pelos dias difíceis que têm passado por conta da seca e anunciou que vai construir diques em alguns municípios, revitalizar as nascentes, reabrir o escritório da empresa em Minas Gerais e a renovar as balsas que realizam o transporte dos moradores da região.


*Estagiária sob supervisão de Lorena Pacheco 

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