Rio Grande do Sul

Boate Kiss: Sobrevivente se casa com enfermeira que cuidou dele após incêndio

Emanuel Pastl, hoje com 27 anos, foi testemunha no primeiro dia de julgamento do caso e compartilhou sua história pós incêndio

Cecília Sóter
postado em 02/12/2021 11:57
 (crédito: TJRS/ Reprodução)
(crédito: TJRS/ Reprodução)

Emanuel Pastl é um dos 636 sobreviventes do incêndio na Boate Kiss, em janeiro de 2013, e é uma das testemunhas no julgamento. No primeiro dia, ele contou sua história. O jovem, que na época tinha 19 anos, precisou ficar internado durante 10 dias para tratar de queimaduras de terceiro grau e lesões no pulmão. Foi quando conheceu Mirélle Bernardini, enfermeira responsável pelos cuidados do rapaz. Hoje eles têm uma filha de 2 anos.

O jovem estudante de Engenharia de Minas, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nunca iria imaginar que naquela noite do dia 26 de janeiro de 2013 sua vida iria mudar. Não só pela tragédia que estava por vir, mas também pelas consequências dela. Após conseguir escapar com vida do incêndio, Emanuel ficou 10 dias em tratamento intensivo, com auxílio de ventilação mecânica durante os primeiros dias por conta de lesões pulmonares.

Além disso, o rapaz teve queimaduras de terceiro grau no braço direito que precisavam de cuidados como troca de bandagens e limpeza da ferida. E foi aí que a tragédia começou a virar uma história de amor. Uma das responsáveis pelos cuidados de Emanuel era a enfermeira Mirélle, com quem manteve contato após a recuperação. "A gente começou a conversar, se apaixonar, a se encantar um pelo outro, e, quando ela voltou, a gente começou a namorar e casamos. Mas, em relação à Kiss, somos supertranquilos. Não tenho nenhum trauma, nem ela, por ter me atendido", conta o rapaz.

Em janeiro de 2018, cinco anos depois de se conhecerem, eles se casaram e hoje têm uma filha de 2 anos, a pequena Antônia. Além do amor, Emanuel encontrou no incêndio da Boate Kiss um novo propósito profissional. Após se formar em Engenharia de Minas, começou a trabalhar em uma empresa de proteção contra incêndios, o que o levou a se especializar em segurança do trabalho e segurança contra incêndio.

"O quanto foi minha decisão racional para seguir nesse ramo, eu não sei. Só sei que me encontrei nele. Não sei se é um dever — mas sigo nele. Não tive uma decisão racional: 'Vou fazer por causa da Kiss'. Não tive esse ímpeto. Foi uma oportunidade e estou dando meu melhor. Talvez uma vontade de Deus, que me empurrou para isso, não sei", afirma.

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