VACINAÇÃO

Anvisa se reúne com médicos para avaliar uso de CoronaVac em crianças

Participaram da reunião nesta terça-feira (21/12) diversos membros de associações e sociedades de saúde do país. O pedido para autorização do imunizante para crianças e adolescentes foi enviado no último dia 15

Taísa Medeiros
postado em 21/12/2021 18:07 / atualizado em 21/12/2021 19:11
 (crédito: Andrej Ivanov/AFP)
(crédito: Andrej Ivanov/AFP)

Técnicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se reuniram nesta terça-feira (21/12) com representantes de sociedades médicas do Brasil para debater sobre a possível aplicação da CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan contra covid-19, em crianças. 

Participaram da reunião a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), a Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) e a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

O órgão regulador recebeu, na quarta-feira passada (15), o novo pedido do Instituto Butantan para autorização da vacina CoronaVac para crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. Em agosto, a Diretoria Colegiada do órgão regulador considerou, por unanimidade, não ser seguro aprovar o uso do imunizante neste público.

A vacina produzida pelo Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac foi a primeira a ser aplicada no país.

Pfizer em crianças

No último dia 16, a Anvisa aprovou a aplicação da vacina contra a covid-19 da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos. A aprovação ocorreu após os diretores e servidores da agência terem sofrido ameaças diante da possibilidade da aprovação do imunizante para o público pediátrico.

Ainda em outubro, os cinco diretores da Anvisa receberam e-mails com ameaças de morte em caso de uma eventual aprovação de vacinas para crianças. O ambiente hostil se intensificou quando de fato a aprovação foi realizada. Os servidores têm sofrido, desde então, os mais diversos ataques e represálias por parte do governo de Jair Bolsonaro e aliados.

Para o presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, Ricardo Kfouri, não há dúvidas de que as crianças precisam ser imunizadas. “As crianças compõem 0,4% do total dos óbitos, o equivalente a 2.500 mortes, mais do que todas as doenças do calendário infantil somadas juntas. Sem falar nas hospitalizações, covid longa, sequelas, complicações tardias”, explica o médico.

Apenas na faixa etária em questão, dos 5 a 11 anos, desde o começo da pandemia, foram registradas 300 mortes. “Ninguém hesita em se vacinar contra o sarampo, tuberculose, meningite. E por que se está discutindo tanto? A vacina da Pfizer, que nós temos licenciada, já está sendo utilizada nas crianças nos Estados Unidos, com perfil de segurança melhor do que em adolescentes”, afirma.

Sobre a liberação da aplicação da Pfizer em crianças, as sociedades brasileiras de Imunizações (SBIm), Pediatria (SBP) e Infectologia (SBI) decidiram tornar público o parecer encaminhado à Anvisa. Todas as entidades se manifestaram a favor do uso do imunizante.

“A SBIm, a SBP e a SBI manifestam-se favoráveis à autorização, por entenderem que os benefícios da vacinação na população de crianças de 5 a 11 anos, com a vacina Comirnaty, no contexto atual da pandemia, superam os eventuais riscos associados à vacinação”, afirmam as instituições em nota.

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