A diretoria colegiada da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revogou, nesta sexta-feira (4/2), a autorização de uso emergencial dos anticorpos banlanivimabe e etesevimabe, da empresa Eli Lilly, no tratamento da covid-19. Aprovada desde maio de 2021, a associação de anticorpos era usada para tratar a doença nas formas leve a moderada, em adultos e crianças com mais de 12 anos ou 40 kg que apresentassem alto risco de progressão para a forma grave da doença.
A revogação da autorização foi motivada pela falta de dados de eficácia dos anticorpos contra a variante ômicron, que surgiu recentemente, mas já domina 96,16% das amostras sequenciadas no Brasil, segundo o Our World in Data.
"Com o advento das novas variantes do Sars-CoV-2, como a ômicron, a agência solicitou que a empresa apresentasse dados de eficácia que subsidiassem a manutenção da autorização de uso emergencial do medicamento para o tratamento da covid-19. Em resposta, a empresa solicitou a revogação da autorização temporária de uso emergencial e não apresentou os dados de eficácia contra a variante ômicron", explicou a Anvisa em nota.
O órgão regulador esclareceu que é permitido o uso dos estoques remanescentes da pesquisa clínica realizada com o medicamento ou dos estoques importados antes da revogação. Este deve ser usado "exclusivamente para os pacientes contaminados com variantes do Sars-CoV-2 sabidamente suscetíveis a esses medicamentos e sob avaliação médica".
A decisão da Anvisa vai na mesma direção do que definiu a agência reguladora norte-americana Food and Drug Administration (FDA), que não autoriza o uso do medicamento em nenhum estado dos Estados Unidos.
A agência brasileira reforçou, ainda, que acompanha a eficácia de todos os medicamentos e vacinas contra a covid-19 em relação às novas variantes do coronavírus. Até o momento, os imunizantes aprovados pela Anvisa "continuam a oferecer proteção considerável contra óbitos, hospitalização e o desenvolvimento da covid-19 nas formas graves, especialmente após uma dose de reforço”.
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