Repercussão

Monark dá entrevista ao The New York Times e é chamado de 'Joe Rogan do Brasil'

O brasileiro foi comparado com o apresentador de podcast dos EUA que dá espaço para militantes antivacina

Pedro Grigori
postado em 14/02/2022 18:48 / atualizado em 14/02/2022 18:49
 (crédito: Reprodução/Redes Sociais )
(crédito: Reprodução/Redes Sociais )

A polêmica envolvendo o podcaster Bruno Monteiro Aiub, mais conhecido como Monark, foi parar no jornal estadunidense The New York Times. Nas páginas de um dos principais veículos de comunicação do mundo, Monark foi chamado de “Joe Rogan do Brasil” e voltou a afirmar que não é nazista. "Por favor, escreva que você poderia dizer que eu não sou (nazista)”, disse o brasileiro ao jornal.

Na última terça-feira (8/2), Monark foi demitido do podcast Flow após fazer uma fala polêmica (e considerada criminosa) de que o Brasil “tinha de ter o partido nazista reconhecido por lei”.

Após diversas representações ao Ministério Público Federal (MPF), o procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a abertura de uma investigação para apurar a prática de eventual crime de apologia ao nazismo.

"Estou sendo destruído por defender uma ideia que é constitucional nos Estados Unidos", disse Monark ao The New York Times.

O jornal estadunidense comparou Monark com Joe Rogan, um comediante apresentador do podcast de maior audiência dos Estados Unidos. Rogan levou ao programa dele convidados abertamente antivacina e já desferiu comentários de cunho racista.

O programa de Rogan, The Joe Rogan Experience, é exclusivo do Spotify — a plataforma pagou US$ 100 milhões em 2020 pela exclusividade do canal, que tem um índice de downloads de quase 200 milhões por mês.

No programa, Rogan já recebeu especialistas que fizeram alegações de que a vacina pode alterar genes; que Ivermectina pode curar covid; de que vacinados correm mais risco de morrer de covid e muito mais.

O The New York Times lembrou que o presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu Joe Rogan. “Não tenho certeza do que @joerogan pensa sobre mim ou sobre meu governo, mas não importa. “Se a liberdade de expressão significa alguma coisa, significa que as pessoas devem ser livres para dizer o que pensam, não importa se concordam ou discordam de nós. Fique firme!”, escreveu no Twitter.

Além do caso do Brasil e dos Estados Unidos, o jornal lembrou que situações semelhantes ocorreram recentemente na Índia e na França. Sobre o que parece ser uma “tendência” mundial, Monark disse que existe “um movimento político que acredita estar em patrulha para censurar todos que tenham um pensamento que possa parecer algo contra o qual são contra”, disse ele. “É uma patrulha sem fronteiras.”

Monark foi demitido do Flow, mas não deve ficar muito tempo longe dos podcasts. Ao The New York Times, ele disse que está iniciando um novo projeto, e contou um sonho: participar do podcast de Joe Rogan. “Seria uma tremenda honra falar com ele”, disse ele. “Preciso de um pouco de ajuda internacional.”

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