Saúde

Pandemia da covid-19 aumentou em 41% diagnóstico de depressão no Brasil

Dados são do Covitel, pesquisa inédita que avalia os impactos negativos da pandemia na saúde da população brasileira

Maria Eduarda Cardim
postado em 27/04/2022 12:25
 (crédito: Kieferpix/University College London/Divulgação)
(crédito: Kieferpix/University College London/Divulgação)

Pesquisa inédita que avalia os impactos negativos da pandemia da covid-19 na saúde da população brasileira revelou que, entre o período pré-pandemia e o 1º trimestre de 2022, foi registrado um aumento de 41% no diagnóstico médico de depressão da população brasileira. Os dados são do Covitel — Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia — e foram divulgados nesta quarta-feira (27/4). 

Antes da pandemia, 9,6% dos brasileiros entrevistados haviam sido diagnosticados com depressão. O número passou para 13,5% no primeiro trimestre deste ano. O aumento do diagnóstico médico da depressão entre os períodos foi maior entre mulheres e pessoas com maior escolaridade.

Entre as mulheres houve aumento de 39,3%. O diagnóstico da depressão no grupo feminino foi maior do que no masculino em ambos os períodos, tanto antes da pandemia como depois. 

Em uma análise da faixa etária, no período de pré-pandemia, a depressão era mais frequente entre aqueles com idade igual ou superior a 65 anos. Já no primeiro trimestre de 2022, quase todas as faixas etárias tinham prevalência semelhante.

Aumento da depressão pode ser ainda maior 

Para Luciana Vasconcelos, assessora técnica de saúde pública e epidemiologia da Vital Strategies Brasil, esse aumento do diagnóstico da depressão durante o período de pandemia pode ter sido ainda maior já que existe uma parcela da sociedade que não possui acesso aos serviços de saúde mental. 

Além disso, ela reforça que a depressão tem um impacto direto na saúde das pessoas. "A saúde mental afeta inclusive no estilo de vida das pessoas e tem que ser considerada como um fator de risco para as doenças crônicas não transmissíveis", ponderou. 

O inquérito ouviu 9 mil brasileiros, de capitais e cidades do interior das cinco regiões do Brasil, mediante entrevistas por telefone (fixo e celular). A pesquisa foi desenvolvida pela organização global de saúde pública Vital Strategies e pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e financiada pela Umane e pelo Instituto Ibirapitanga. 

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