VIOLÊNCIA POLICIAL

Mãe denuncia agressão de policial contra filho autista no Sul de Minas

Segundo a mãe, menino de 13 anos levou chutes no rosto e socos nas costas de um policial da cidade de Poço Fundo

Bel Ferraz - Estado de Minas
postado em 12/07/2022 22:05 / atualizado em 12/07/2022 22:05
Menino se assustou ao ver viatura policial e caiu da moto durante tentativa de fuga -  (crédito: Arquivo pessoal)
Menino se assustou ao ver viatura policial e caiu da moto durante tentativa de fuga - (crédito: Arquivo pessoal)

A mãe do jovem autista Carlos Henrique de Paiva, de 13 anos, Pholyana Stella de Paiva, denunciou as agressões que o filho sofreu em Poço Fundo, no Sul de Minas, no último domingo (10/07).

Segundo ela, Carlos pegou a moto do pai escondido para ir até a fazendo com os colegas e se assustou ao ver uma viatura da Polícia Militar. Ele tentou fugir, mas, ao fazer uma curva, caiu no chão.

“Em vez de ajudar, o policial já saiu com a arma na mão, apontando na cabeça do meu filho. Não deixou o Carlos se levantar e ainda o algemou. Tirou o capacete da cabeça do meu filho, deu um chute no olho dele e pisou com o bota na cara do Carlos, pressionando no chão”, disse Pholyana.

A mãe do menino contou ainda que Carlos levou um murro nas costas e um chute tão forte na cabeça que chegou a defecar na roupa. “Mesmo com o meu filho gritando, dizendo que estava doendo, ele não parou. Fico pensando o que meu filho sofreu na mão desse policial.”

Pholyana contou que só foi avisada da situação horas depois do ocorrido, quando Carlos estava sendo atendido no hospital da cidade.

“Esse policial só chamou o socorro quando viu que o Carlos é menor de idade. Antes disso, deixou ele no chão e tirou fotos da moto e do meu filho machucado.”

Os pais do menino foram avisados que Carlos estava sendo atendido por uma conhecida que trabalha no hospital da cidade. Ao chegar no pronto-atendimento, Pholyana desconfiou da situação por causa do comportamento do militar.

“Ele ficou o tempo todo preocupado com meu filho, elogiando ele a todo momento. Nessa hora, ainda não sabia o que realmente tinha acontecido. Só na hora que ele foi embora é que o Carlos contou para o médico que estava de plantão o que aconteceu.”

Pholyana contou que foi até a delegacia de Poço Fundo fazer um Boletim de Ocorrência, mas que o delegado afirmou que “não era responsabilidade dele por ser um policial militar”.

Ela, então, foi ao Ministério Público e denunciou o caso.

Procurada, a Polícia Militar ainda não se pronunciou sobre o assunto. O Estado de Minas (onde a matéria foi publicada originalmente) aguarda posicionamento da corporação.

A reportagem também entrou em contato com o Ministério Público e espera retorno.

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