Agosto Dourado

É preciso preparar a mama antes de amamentar para não "empedrar", diz enfermeira

Enfermeira Thaís Sarinho Félix, supervisora do banco de leite da Maternidade Brasília, deu conselhos às mães que precisam amamentar e dicas para quem que doar leite materno

Raphael Pati*
postado em 29/08/2022 17:56 / atualizado em 29/08/2022 19:14
 (crédito: Cadu Ibarra/CB/D.A.Press)
(crédito: Cadu Ibarra/CB/D.A.Press)

Diversas mães sofrem com o chamado ‘leite empedrado’ na hora de amamentar o filho recém-nascido. Sobre esse problema, a enfermeira Thaís Sarinho Félix, supervisora do banco de leite da Maternidade Brasília, explicou que o ideal é fazer uma preparação da mama, através de massagens na região do peito.

“Desde o momento em que estão na maternidade, já é orientado a massagem do peito e a ordenha do leite. Porque, fazendo esse procedimento, a mãe vai evitar de chegar a ‘empedrar’ o peito, que é o que a gente chama de ingurgitamento mamário”, destacou a enfermeira durante o webinar Agosto Dourado: a importância da amamentação para a vida dos bebês, realizado pelo Correio Braziliense em parceria com a Maternidade Brasília.

“Então, antes de amamentar, você prepara a sua mama, vai estar ali naquele momento em que o leite desceu e a mama está bem cheia, bem dura. Isso também dificulta do bebê pegar corretamente e a ‘pega incorreta’ gera outras consequências, já começa a questão de fissuras, dores nas mamas. Tudo isso a gente tem que prevenir”, completou.

Além de aconselhar a massagem, a enfermeira alertou que o banho quente não é recomendado para amolecer o leite. De acordo com Thaís Félix, a água quente só deixa o peito ainda mais cheio de leite. “O vaso dilata e eu encho cada vez mais aquela mama. Então eu vou sentir muito mais dor”, esclareceu.

“Mãe que doa alimenta vários bebês”

A enfermeira ainda falou sobre a necessidade de doações de leite materno para suprir a falta do alimento necessário nas maternidades para a formação da criança. Em 2020, de acordo com o Ministério da Saúde, o leite materno doado representou apenas 64% da necessidade total do país.

Na Maternidade Brasília, onde a supervisora atua, são confeccionados ‘kits’ que são entregues na própria casa da mãe que deseja doar, para que elas realizem o procedimento sem a necessidade de sair de casa.

“A gente vai até a casa dela e entrega o material e sempre que ela vê que encheu o ‘pontinho’, liga no banco e a gente vai até a casa delas e busca, sem o menor problema”, contou a supervisora da maternidade.

Ela destacou, contudo, que existem casos em que a doação não é permitida. A enfermeira apontou alguns exemplos, como mães que tiveram alguma alteração na sorologia realizada no pré-natal e as soropositivas. Mas, no geral, ela ressaltou que a maioria das mães consegue realizar o procedimento sem dificuldades e reiterou a importância do Agosto Dourado — feito para conscientizar as mães sobre a necessidade da doação.

“A intenção (com as doações) é conseguir abarcar todos os bebês da maternidade e não só os da UTI neonatal. Mas, hoje, a gente tem que selecionar devido à demanda. Tem épocas que temos leite, mas tem épocas que estão bem fracas as doações e, por isso, é importante o Agosto Dourado, para a gente lembrar que não é só um mês. Tem todo um ano de trabalho e bebês não param de nascer”, afirmou.

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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