Petiscos contaminados

Anvisa alerta empresas sobre uso de substância tóxica em alimentos humanos

Empresas em posse dos lotes de propilenoglicol contaminado devem adotar medidas de controle e não podem usar ou comercializar o ingrediente

Bruno Nogueira* - EM
postado em 21/09/2022 18:55 / atualizado em 21/09/2022 18:55
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) detectou a contaminação por monoetilenoglicol, -  (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) detectou a contaminação por monoetilenoglicol, - (crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, nessa terça-feira (20/9), um alerta para todas as empresas envolvidas na cadeia produtiva de alimentos de consumo humano sobre o uso de lotes do ingrediente propilenoglicol, da marca Tecnoclean. A substância era usada na fabricação de petiscos para cachorros e é suspeita de ter sido responsável pela morte de, pelo menos, 50 animais em todo Brasil.

De acordo com a Anvisa, a medida é uma orientação às empresas e reforça a resolução 3.008, de 9 de setembro, que determinou o recolhimento dos lotes AD5035C22 e AD4055C21 do ingrediente, além de proibir a sua comercialização, distribuição e manipulação. Os lotes foram analisados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) que detectou a contaminação por monoetilenoglicol, substância considerada extremamente tóxica.

A empresa que identificar o uso de algum desses lotes de propilenoglicol deve adotar medidas imediatamente, incluindo uma investigação de potencial contaminação e todas as outras ações necessárias para evitar o consumo dos alimentos fabricados com esse ingrediente.

“Como se trata de alimentos que representem risco ou agravo à saúde do consumidor, a empresa responsável deve comunicar à Anvisa a necessidade de recolhimento de lotes dos alimentos fabricados com essa matéria-prima imediatamente após a ciência, e atender os dispositivos da RDC 655/2022, que dispõe sobre o recolhimento de alimentos e sua comunicação à Anvisa e aos consumidores”, ressalta o alerta da Anvisa.

Eventos adversos ou a simples suspeita deles, relacionados ao consumo de alimentos que foram fabricados com algum desses lotes, devem ser notificados a Anvisa.

Uso em produtos para humanos foi investigado


Na última semana, a Anvisa informou ao Estado de Minas que uma investigação sobre o uso do propilenoglicol contaminado em produto destinados a uso humano estava em curso. As indústrias que podem fabricar produtos destinados ao consumo de seres humanos foram notificadas.

"A Anvisa enviou notificações às empresas solicitando informações e documentos que comprovem a destinação dada ao propilenoglicol dos lotes contaminados. A Agência também solicitou às vigilâncias sanitárias locais o apoio para este levantamento", diz comunicado oficial.


Marcas de alimentos para animais tiram produtos do mercado


Com a dificuldade em saber quais produtos podem estar, ou não, contaminados com monoetilenoglicol, diversas marcas de alimentos para animais se retiraram do mercado. Na última quinta-feira (15/9) a FVO alimentos informou que faria a retirada dos produtos Dudogs, Patê Bomguy e Bomguytos Bifinho (nos sabores churrasco e frango & legumes) do em todo o território nacional.

A Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senacon) havia notificado a Bassar Pet Food para que apresente o recall formal de seus produtos. Para a pasta, a empresa deve formalizar o chamamento, com ampla divulgação e nos termos regulamentados pelos órgãos competentes. Caso as medidas não fossem tomadas, a Bassar poderia sofrer processos administrativos e aplicação de sanções.

As empresas Peppy Pet e Upper Dog Comercial Ltda, também foram notificadas pelo Mapa a recolherem seus petiscos fabricados com os lotes de propilenoglicol.

*Estagiário sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira

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