Meio Ambiente

Amazônia: situação das queimadas no bioma é a pior desde 2010

Bioma registrou 85 mil focos entre janeiro e setembro, o que representa um aumento de 55% em relação ao mesmo período do ano passado

João Gabriel Freitas*
postado em 28/09/2022 18:14 / atualizado em 28/09/2022 18:16
 (crédito: MAURO PIMENTEL / AFP)
(crédito: MAURO PIMENTEL / AFP)

A Amazônia teve 85.150 focos de queimadas entre janeiro e setembro deste ano, o que representa o maior número para o período desde 2010, quando foram registrados 96.837 focos. Os dados foram levantados pelo Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) entre 1 de janeiro e 27 de setembro.

Em comparação ao ano passado, houve aumento de 55% de focos no período, que marcou 55.048 pontos de fogo. Já em relação ao último mês, apenas nos 27 primeiros dias de setembro de 2022 a Amazônia teve 39.128 focos de queimadas, 150% a mais em comparação aos 15.624 observados em setembro de 2021.

Regiões afetadas

Os Estados com maior número de focos no acumulado são Pará, Mato Grosso, Amazonas, Acre e Rondônia. O campeão de queimadas na Amazônia nesse período é o Pará, com 27.249 focos, 93% acima da marca de 2021, quando foram registrados 14.093. Os paraenses ainda têm três municípios entre os cinco com maior número de focos de queimadas: São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso. O top 5 é completado pelas cidades Lábrea (AM) e Porto Velho (RO).

Ainda sobre os estados, em segundo lugar vem o Amazonas, estado que abrange a maior área da Floresta Amazônica, com um aumento de 202%, passando de 2.675 focos em 2021 para 8.082 em 2022, no período entre 1 e 27 de setembro.

Edegar de Oliveira, diretor de Restauração e Conservação do WWF-Brasil, destacou em nota o valor da Amazônia para a sociedade e a necessidade de articulação em prol do bioma amazônico. “Os dados são alarmantes e apontam para uma destruição sem precedentes que impacta não apenas na vida dos povos locais, mas afeta também a economia e a segurança hídrica de outras regiões, visto que o que acontece na Amazônia impacta os demais biomas.”

“Ainda é tempo de entender que a floresta vale mais em pé, que não há necessidade de queimadas e desmatamento, pois já temos muitas áreas abertas improdutivas”, finalizou Edegar de Oliveira.

*Estagiário sob a supervisão de Pedro Grigori

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