A viagem de trabalho de um casal de tatuadoras de Goiânia (GO) ao Rio de Janeiro foi interrompida de maneira brusca e traumatizante quando as profissionais descobriram uma câmera escondida dentro do quarto do apartamento que alugaram, em Copacabana, pela plataforma Airbnb. O caso foi compartilhado pelas mulheres no Instagram na noite de domingo (13/11), além de ser registrado em boletim de ocorrência pela Polícia do Rio.
Em um vídeo divulgado no Instagram, Júlia Stoppa mostra o momento em que ela e a esposa, Ana Lúcia Guimarães, desconfiam do brilho diferente de uma saída de ar instalada no armário embutido do quarto do casal.
“Eu olhei pra um armário que tinha em cima da entrada do quarto e vi um brilho. Na hora que eu vi o seu brilho, eu falei amor, acho que tem uma câmera de verdade. A Ana ficou muito preocupada. Eu tirei uma foto com flash do celular e apareceu um brilho linho que parece um olhinho mesmo de câmera”, contou Julia sobre o início da desconfiança.
Em seguida, elas subiram até o local, que ficava próximo ao teto do quarto, e desparafusaram a saída de ar. Dentro, estava uma câmera. “Olha aqui. Câmera! Câmera. Apontado para o que? Cama de casal. Câmera no Airbnb em Copacabana”, gritaram ao fazer a descoberta. Assista ao vídeo:
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Ana e Júlia descobriram, ainda, que a câmera estava com cabo de vídeo e de áudio, o que permite ouvir qualquer fala dita dentro do apartamento. Os cabos do aparelho seguiam para o banheiro, mas as mulheres não conseguiram descobrir se havia outra câmera no local de banho.
O casal desabafou com os seguidores sobre como se sentem expostas e abusadas pelo dono do apartamento. O casal alugou o local por duas semanas, tempo em que cumpririam agenda de tatuagens com clientes do Rio, e já estavam no apartamento há uma semana.
“Todo abuso tem que ser exposto para que as pessoas fiquem em alerta. Hoje eu acho que todos que viram o vídeo, vão chegar no Airbnb e vão procurar uma câmera. E já vai ter a oportunidade de se livrar de um abuso imenso como nós passamos. Porque ficamos uma semana sendo expostas”, lamenta Ana.
A saída do local foi feita assim que a descoberta foi constatada: as mulheres demoraram cerca de 10 minutos para fazer as malas e deixarem o local. Após a saída, as vítimas receberam, por meio do aplicativo de aluguel, uma cobrança do dono do apartamento no valor de R$ 10 mil, por supostos danos causados no local.
“Ele tá cobrando coisas que já estavam quebradas no local. Estamos tremendo quase sem conseguir falar. Cobrando algo que não fizemos", contou com olhos marejados Júlia. "Ele não colocou, nas fotos do pedido de indenização, a foto do armário danificado por nós para descobrir a câmera”, ironizou a mulher.
A tatuadora postou, ainda, uma mensagem que recebeu no Instagram de um usuário que afirma que viu uma pessoa oferecer vídeos gravados em câmeras de vigilância de hospedagens em grupos de telegram. “É isso. O cara tá cobrando R$ 10 mil, um abusador que filma as pessoas na cama de casal do Airbnb dele e o que ele faz com essas imagens a gente não sabe, a gente não faz ideia”, diz assustada nas redes sociais.
Em contato com o Airbnb, as mulheres afirmam que foi prometido que alguma medida judicial seja tomada, mas não sabem se é o caso. O valor da hospedagem, pago pelo casal com antecedência, foi reembolsado, mas o perfil do dono do apartamento ainda está no aplicativo. Elas também aguardam o desenrolar das investigações da polícia.
O que diz o Airbnb
Em contato com a assessoria do Airbnb Brasil, o Correio foi informado pela empresa que a plataforma "desativou o anúncio correspondente à acomodação para reservas e suspendeu o perfil do anfitrião enquanto avalia o ocorrido". "Segurança é prioridade para o Airbnb, que trabalha constantemente para oferecer as mais atualizadas ferramentas de segurança aos seus usuários. O Airbnb condena qualquer postura ou atitude que comprometa a dignidade humana, viole a privacidade de seus usuários ou que contrarie as leis vigentes", acrescenta.
O Airbnb Brasil também deixou claro que câmeras de vigilância e dispositivos de monitoramento de ruído são permitidos nas hospedagens, desde que "sejam claramente divulgados na descrição do anúncio e não infrinjam a privacidade de outra pessoa". No entanto, nenhum desses mecanismos de segurança devem ser implementados em banheiros ou quartos.
A plataforma também estabelece um canal de atendimento e ajuda disponível 24h, com atendimento em 42 idiomas, para os hóspedes que passarem por uma situação como essa. Entre em contato aqui.
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