Violência

Pesquisa indica ações do governo para combater violência contra a mulher

Levantamento sugere que governo deve criar políticas públicas e ampliar serviços de atendimento para as mulheres vítimas de violência

Tainá Andrade
postado em 17/11/2022 22:05 / atualizado em 17/11/2022 22:06
 (crédito: Nino Carè/Pixabay)
(crédito: Nino Carè/Pixabay)

Metade da sociedade brasileira afirma que conhece uma mulher vítima de violência — seja ela física ou verbal. A percepção de 85% das pessoas é de que, apesar dos homens saberem que a violência contra a mulher é crime, a praticam porque acreditam que não serão punidos. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (17/11), no levantamento feito pelas Redes de Apoio e Saídas Institucionais para Mulheres em Situação de Violência Doméstica no Brasil, realizada pelo Ipec e pelo Instituto Patrícia Galvão, com apoio do Instituto Beja.

Por mais que 66% das pessoas pensem que o primeiro lugar a ser buscado por uma vítima de violência doméstica seja a delegacia da mulher, não é isso que acontece na prática. Boa parte ainda busca por acolhimento entre família e amigos (31%).

Uma das razões para tal dado pode ser o fato de que a população não vê comprometimento real do Estado em formular ações de combate ao tema. 90% dos entrevistados responderam que se houvesse melhor apoio, as vítimas se sentiriam mais seguras para denunciar e sair da situação de violência.

Sete em cada 10 ouvidos dizem que policiais não levam a sério as denúncias de violência doméstica e 69% acreditam que a Justiça não dá a importância devida ao tema. Quase 100% dos entrevistados dizem que é importante ampliar o número de serviços de assistência às mulheres agredidas em todas as regiões.

Quase toda a população brasileira — entre 97 a 99% — concorda que os serviços públicos de proteção à vítima de violência doméstica devem melhorar na garantia da proteção, na capacitação de profissionais para reconhecer e atender, principalmente no atendimento em delegacias comuns e na celeridade das investigações.

“Percebemos, com o resultado dessa pesquisa, que as percepções entre homens e mulheres estão cada vez mais alinhadas. A gente nota poucas diferenças quando nos perguntamos sobre conhecimento da violência doméstica e sobre concordância. A aprovação da lei Maria da Penha, a importância de prevenir a violência, de unir os agressores é acertada, agora também existem descompassos dos homens, em relação a assumir práticas de violência contra as mulheres, por exemplo”, ponderou Marisa Sanematsu, diretora de conteúdo do Instituto Patrícia Galvão.

Raio-X da violência

Em todos os casos, as mulheres que recebem até um salário mínimo são as maiores vítimas de violências de todos os tipos. Além disso, as mulheres negras são mais atingidas, 31% delas sofrem violência psicológica e 20% afirmaram terem sido agredidas (frente a 22% e 14% das mulheres brancas, respectivamente).

Mais mulheres que homens afirmam terem presenciado algum caso, que acumula no país 36% de agressões, 27% de violência psicológica e 13% de violência moral — difamação, espalhar mentiras, ter a vida íntima exposta, entre outras formas de ferir a dignidade da pessoa.

A grande maioria dos homens respondeu que não praticou nenhum tipo de violência contra a esposa, a namorada ou companheira. Dos que admitiram, 66% disse ter resolvido a questão conversando e se entendendo.

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