DÉJÀ VU

PF deflagra nova operação que investiga crimes contra indígenas em Minas

Ação da Polícia Federal aconteceu na manhã desta quinta-feira (8/12), em Santa Helena de Minas; é a 2ª vez que a PF faz operação semelhante na cidade

Luiz Fernando Figliagi- Especial para o EM
postado em 08/12/2022 15:50 / atualizado em 08/12/2022 15:50
Sete mandados de prisão foram expedidos pela Justiça de Teófilo Otoni; pena para os criminosos pode chegar a 19 anos de prisão. -  (crédito: Reprodução/Polícia Federal)
Sete mandados de prisão foram expedidos pela Justiça de Teófilo Otoni; pena para os criminosos pode chegar a 19 anos de prisão. - (crédito: Reprodução/Polícia Federal)

A Polícia Federal realizou operação na manhã desta quinta-feira (8/12), na cidade de Santa Helena de Minas, no Vale do Mucuri, para coibir a ação de golpistas que utilizavam documentos de indígenas da Aldeia Maxakali.

“Os investigados faziam a captação e retinham documentos, cartões sociais e bancários de indígenas indevidamente. Eles também cobravam da comunidade indígena valores acima do praticado no mercado em geral”, informa a PF.

A ação, intitulada como ‘Déjà Vu’, em alusão à frase em francês que significa ‘já visto’, ocorre após a Justiça Federal em Teófilo Otoni expedir sete mandados de buscas e apreensão.

A PF de Governador Valadares explica que não é a primeira vez que os indivíduos abordados nesta nova fase praticam esse tipo de crime contra membros do Território Maxakali.

“O nome da operação faz alusão ao fato de que os envolvidos já foram investigados anteriormente pelos mesmos delitos e persistiam na atuação criminosa”, diz.

Todos responderão pelos crimes de estelionato, ameaça, apropriação indébita e extorsão. Caso condenados, poderão cumprir mais de 19 anos de prisão com multa.

2020: vereador e funcionário da Funai investigados

Em 2020, ano que ocorria a pandemia, a PF realizou ação semelhante em Santa Helena de Minas.

Na manhã de 24 de junho daquele ano, um homem foi preso pelos federais, que apreendeu com ele cartões de benefícios sociais utilizados pelos membros da Terra Maxakali.

Os indígenas sofriam com ameaças e violência. As investigações começaram em janeiro de 2020, quando a PF identificou um suspeito com histórico de crimes na região.

À época, eram investigados um vereador, um funcionário terceirizado da Fundação Nacional do Índio (Funai) e quatro comerciantes supermercadistas, suspeitos de posse ilegal de cartões.

Os envolvidos tinham o monopólio sobre os valores dos produtos comercializados com os indígenas e, com a posse dos cartões, cobravam valores acima do normal, pelas mercadorias ofertadas.

Nove mandados judiciais foram cumpridos pelos policiais, sendo um de prisão preventiva e oito de busca e apreensão.

Seis foram realizados em Santa Helena de Minas e dois em Bertópolis e Ladainha, no Leste do estado.

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