Saúde

Saiba o que deu errado no caso da mulher que teve mão amputada após o parto

Segundo a unidade de saúde, complicações após o parto puseram a vida da mulher em risco e a decisão de remoção de parte do braço se deu por uma "irreversível piora do quadro"

Maryanna Aguiar — Especial para o Correio
postado em 20/01/2023 17:59
 (crédito: Arquivo Pessoal)
(crédito: Arquivo Pessoal)

Um hospital particular de Jacarepaguá, na Zona Norte do Rio de Janeiro, veio à público informar que a amputação da mão de uma mulher durante o parto ocorreu "em prol da vida da paciente". Gleice Kelly Gomes, 24, se internou no Hospital NotreDame Intermédica Jacarepaguá para dar à luz, e saiu do local com a mão esquerda amputada. O caso ocorreu em outubro do ano passado, mas ganhou repercussão nas redes sociais nesta semana. 

Segundo o relato dos familiares, a mulher teve hemorragia durante o parto e os médicos decidiram abrir acesso venoso na mão para introduzir medicação.

Após a repercussão do caso, a administração do Hospital NotreDame Intermédica Jacarepaguá decidiu expor os detalhes do atendimento à paciente. Segundo a unidade de saúde, complicações após o parto puseram a vida da mulher em risco e a decisão de remoção de parte do braço se deu por uma "irreversível piora do quadro".

"Devido à irreversível piora do quadro com trombose venosa de veias musculares e subcutâneas, houve a necessidade de se optar pela amputação do membro em prol da vida da paciente", disse a unidade de saúde em nota. Na quinta-feira (19/1), a unidade de saúde anunciou o afastamento da liderança médica regional após a denúncia ganhar notoriedade na imprensa.

A Polícia Civil, o Ministério Público e o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro já abriram investigações próprias e deverão verificar se há inconsistências ou responsabilizações a serem atribuídas no episódio

Confira, na íntegra, a nota do hospital com as explicações para o caso

A paciente tinha histórico de múltiplas gestações, inclusive com algumas complicações, o que aumenta risco de hemorragia pós-parto, além de diabetes gestacional. O parto ocorreu sem intercorrência, com bebê nascido vivo e bem. A paciente apresentou quadro importante de hemorragia pós-parto, evoluindo para um choque hemorrágico grave secundário a atonia uterina e inversão uterina.

Tal quadro é responsável por 60% de mortes maternas no período pós-parto: 45% desses óbitos ocorrem nas primeiras 24 horas. A hemorragia pós-parto é responsável por 25% de todas as mortes maternas no mundo, segundo a literatura médica. As medidas imediatas tomadas na unidade hospitalar garantiram a manutenção da vida da paciente.

O braço esquerdo foi imediatamente tratado desde os primeiros sinais de isquemia secundária ao choque hemorrágico, conforme consta no relatório médico. Todas as medidas e decisões tomadas priorizaram salvar a vida da paciente até que ela apresentasse melhores condições para transferência para um hospital de maior complexidade. A paciente recebeu assistência de todos os médicos, especialistas e recursos necessários na tentativa de preservar o braço esquerdo.

Porém, devido à irreversível piora do quadro com trombose venosa de veias musculares e subcutâneas, houve a necessidade de se optar pela amputação do membro em prol da vida da paciente.

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