A Polícia Civil do Paraná (PC/PR) segue na investigação da morte do representante comercial David Luiz Porto Santos, de 33 anos, que faleceu após o uso de um anestésico durante uma sessão de tatuagem. O tatuador José Manoel Vieira de Almeida é suspeito e foi ouvido na última quinta-feira (16/2).
No primeiro depoimento a polícia, o tatuador alegou que a vítima teria solicitado o anestésico para diminuir a dor. A esposa de José, Monike Caroline de Freitas, também prestou depoimento e contestou a fala do suspeito, alegando que o produto havia sido passado sem autorização. O caso ocorreu em 27 de agosto de 2021.
O laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou nos exames que a causa da morte foi "indeterminada", com sugestão para "intoxicação exógena por lidocaína”.
Os advogados de defesa do tatuador José Vieira informaram, por nota, que o anestésico usado na sessão é "um spray manipulado de lidocaína, de uso comum entre os tatuadores, aplicado quando os clientes reclamam de dor". Eles ainda ressaltam que o tatuador tem mais de 7 anos no mercado.
No momento da tatuagem, David assinou um termo de declaração, que informava não ter problemas de saúde e nenhuma alergia pré-existente.
A resolução do Conselho Federal de Medicina (CFM) permite apenas que a aplicação de anestesias seja feita por algumas categorias de profissionais, recomenda-se também a consulta pré-anestésica do paciente em consultório médico. A anestesiologista Priscila Alvarenga Carvalho, explica que o uso de lidocaína em spray ou cremes para diminuir a dor durante a sessão de tatuagem não é indicada.
"Somente o profissional médico pode fazer uso dessas medicações, todos os anestésicos possuem uma dose máxima segura para cada paciente, conforme o peso, caso a dose seja acima, o paciente pode ser intoxicado e levar a convulsões e parada cardiorrespiratória", explica Priscila.
Em casos no qual a pessoa apresente reações alérgicas, o anestesiologista João Rastaldo recomenda que "ao presenciar qualquer complicação deve-se chamar o serviço de resgate e encaminhar o paciente ao serviço de pronto atendimento".
Cuidados ao fazer tatuagem
David Santos fazia a primeira tatuagem quando tudo ocorreu. Ainda hoje, há uma grande preocupação quanto a dor e alergias aos componentes que fazem parte da sessão, como cremes ou tintas.
A tatuagem é uma perfuração feita por meio de uma agulha que espalha a cor durante o processo. Com isso, o pigmento fica estável na derme e forma partículas grandes, que não são degradadas ou absorvidas pelo organismo.
Ao fazer o procedimento, existem diversos cuidados a serem tomados, por se tratar de uma ferida aberta que necessita de cicatrização. A maioria dos tatuadores defende que o processo seja sentido e não utilizam cremes ou pomadas enquanto a tatuagem é feita.
O tatuador Gabriel Neves conta que é necessário os materiais utilizados estarem esterilizados durante a sessão. “A montagem da bancada precisa de materiais descartáveis ou esterilizados. Alguns tatuadores utilizam envelopamento com plástico filme em todas as regiões de contato, maca ou apoio de braço. Como também o isolamento de todos os materiais com protetores ou plástico filme”.
A pele precisa ser esterilizada com álcool e demais produtos para a aplicação do decalque ou freehand. Depois da sessão, ainda existe o processo de cuidado para uma boa cicatrização, pois a ferida está aberta, e precisa ser lavada. Na maioria das vezes o local é coberto por um papel filme durante as 24 horas seguidas ao procedimento, com troca do curativo.
Nesta fase, o local poderá doer um pouco e ficar inchado. A formação de crostas também é comum, que descamam nos dias seguintes.
É comum aparecer um pequeno prurido ao redor da tatuagem, mesmo com o descascamento. Não se deve remover as "casquinhas", que, além de ferir a pele, podem remover pigmento e comprometer o processo de cicatrização.
É importante hidratar o local com cremes ou sprays de proteção solar, além de evitar a exposição ao sol.
*Estagiário sob supervisão Pedro Grigori
Notícias gratuitas no celular
O formato de distribuição de notícias do Correio Braziliense pelo celular mudou. A partir de agora, as notícias chegarão diretamente pelo formato Comunidades, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp. Não é preciso ser assinante para receber o serviço. Assim, o internauta pode ter, na palma da mão, matérias verificadas e com credibilidade. Para passar a receber as notícias do Correio, clique no link abaixo e entre na comunidade:
Apenas os administradores do grupo poderão mandar mensagens e saber quem são os integrantes da comunidade. Dessa forma, evitamos qualquer tipo de interação indevida.
Cobertura do Correio Braziliense
Quer ficar por dentro sobre as principais notícias do Brasil e do mundo? Siga o Correio Braziliense nas redes sociais. Estamos no Twitter, no Facebook, no Instagram, no TikTok e no YouTube. Acompanhe!
Saiba Mais
- Diversão e Arte Andressa Urach diz que recebeu apoio do filho após estrear perfil no OnlyFans
- Política Nomeada no Ministério dos Povos Indígenas, viúva de Bruno posta: "Saudade"
- Política Licença ambiental: desidratado por Bolsonaro, decreto reestrutura Conama
- Trabalho & Formação Startup abre vagas de mentoria às mulheres desempregadas ou demitidas
- Brasil Ave quase extinta na natureza faz rara aparição em pousada de Alagoas
- Brasil Anvisa recebe pedido de uso emergencial de vacina bivalente da Moderna
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.