Trabalho de Elize Matsunaga como motorista de aplicativo divide opiniões

A revelação sobre a nova atividade da ex-detenta foi feita pelo escritor Ulisses Campbell, autor de livros e de uma biografia de Elize, em publicação no perfil Mulheres Assassinas

Correio Braziliense

postado em 24/02/2023 03:55

(crédito: Netflix/ Divulga??o)

Cumprindo em liberdade o restante da pena pelo assassinato do marido empresário, a ex-detenta Elize Matsunaga, de 41 anos, trabalha como motorista de aplicativos em Franca (SP). Ela se mudou para a cidade depois de deixar a penitenciária feminina de Tremembé, em 2012, após progredir para o regime aberto. Na ocasião, havia completado 10 anos na prisão. Elize foi condenada a 19 anos e 11 meses por assassinar e esquartejar Marcos Kitano Matsunaga.

A revelação sobre a nova atividade da ex-detenta foi feita pelo escritor Ulisses Campbell, autor de livros e de uma biografia de Elize, em publicação no perfil Mulheres Assassinas. O novo trabalho da ex-detenta foi confirmado por taxistas da cidade, que já cruzaram com ela pelas ruas. Pessoas que utilizaram os serviços de motorista a descreveram em redes sociais como cuidadosa e atenciosa.

Segundo a publicação do biógrafo, Elize usou o nome de solteira para se inscrever em três plataformas de aplicativo, uma delas local. A ex-detenta trabalha com um carro Honda Fit. No perfil das plataformas, ela evita o sobrenome Matsunaga, do marido assassinado, e utiliza seu nome de solteira.

Elize é bacharel em direito, formada também em contabilidade e técnica de enfermagem. Ela teve descontos na pena por trabalhar e estudar na prisão. A exemplo do que aconteceu com Suzane von Richthofen, condenada pelo assassinato dos pais e que criou a loja virtual Su Entrelinhas para vender acessórios femininos feitos à mão, Elize também recebe críticas e elogios nas redes sociais.

Críticas e elogios

Internautas ironizam o fato de ela ter colocado as partes do corpo do marido no porta-malas do carro após o esquartejamento e perguntam se alguém estranharia caso ouvisse barulhos no bagageiro do veículo dela. Outros lembram que a mulher está tentando reconstruir a vida de forma digna e honesta. "Infelizmente, as pessoas ainda têm medo e preconceito por ela ter cometido um assassinato", postou um morador de Franca.

Uma internauta disse que não teria coragem de fazer uma corrida com Elize como motorista. "Não estou questionando a salvação dela, mas enquanto aqui no mundo, temos de ser prudentes. Ela pode trabalhar, mas não como motorista de aplicativo", disse. Outra defendeu a iniciativa. "Deixa a mulher trabalhar em paz e quem não está satisfeito com a pena dela vai reclamar com a Justiça".

O assassinato do empresário Marcos Matsunaga aconteceu em maio de 2012, no apartamento do casal, na Vila Leopoldina, em São Paulo. Ele era herdeiro da empresa de alimentos Yoki e, segundo a investigação, Elize cometeu o crime por suspeitar de traição.

Marcos foi morto com um tiro na cabeça e, depois, teve o corpo cortado em partes, que foram colocadas em sacos e levadas no porta-malas do carro. Os despojos foram espalhadas em áreas verdes da Região Metropolitana de São Paulo. Elize confessou o crime durante a investigação e disse também que vinha sendo humilhada pelo empresário.