MINAS GERAIS

PC conclui que homem preso por estupro não cometeu crime contra influenciadora

Morador de Montes Claros foi detido em 9 de fevereiro, com base em denúncia de mulher trans, que é influenciadora digital

Luiz Ribeiro - Estado de Minas
postado em 06/03/2023 11:32 / atualizado em 06/03/2023 11:32
 (crédito: PCMG/Divulgação)
(crédito: PCMG/Divulgação)

No dia 9 de fevereiro, um homem de 29 anos foi levado para a delegacia de plantão da Polícia Civil de Montes Claros, no Norte de Minas, após ser acusado por uma mulher trans, de 27, de estupro. O homem negou o crime, mas foi preso em flagrante com base no depoimento da mulher trans. Nessa sexta-feira (3), a Polícia Civil anunciou a conclusão do inquérito de que o suspeito não cometeu o estupro e pediu sua soltura.

A mulher trans que acusou o homem é uma influenciadora digital com mais de 100 mil seguidores, moradora do Bairro Santo Antônio, perto da saída de Montes Claros para Juramento.

Na ocasião da denúncia, ela disse que contratou em um estabelecimento comercial da cidade o serviço de reparo da bomba de um aquário, sendo atendida em domicílio por um funcionário da empresa, por volta das 19h do dia 8 de fevereiro.

A suposta vítima contou que o funcionário da firma alegou que retornaria à sua casa no mesmo dia, e que, ao final do serviço, o homem elogiou seu corpo, “causando-lhe constrangimento”. A mulher trans informou ainda que, após comentar, foi “aconselhada” por uma amiga a filmar a nova visita combinada com o prestador de serviços.

A mulher trans disse aos policiais que, ao concluir o trabalho, na saída de sua residência, o suposto agressor teria puxado seus cabelos e a conduzido a uma sala, onde teria cometido o estupro. “Ele apertou e puxou o meu cabelo, e ainda me agrediu com um tapa no rosto. Quando eu tentava sair, ele me puxava com violência extrema e me dizia que era aquilo que eu gostava”, disse a mulher, segundo divulgou a Polícia Civil, na ocasião.

Na sexta-feira, a Polícia Civil divulgou que concluiu o inquérito aberto para apurar a denúncia de “ato sexual mediante violência ou grave ameaça”, feita pela mulher trans” e que não houve comprovação de violência.

“As provas colhidas no procedimento indica versão diversa da relatada pela vítima quando denunciou o suspeito pelo crime de estupro”, diz a Polícia Civil, lembrando que “o conjunto probatório se baseia em provas testemunhais e periciais, inclusive, análise técnica do vídeo que foi apresentado pela denunciante."

No entanto, segundo o resultado da investigação, a filmagem apresentada “não captou trechos de expressão de ameaça ou constrangimento, mas de consentimento”. Ainda de acordo com o inquérito, o exame de corpo de delito mostrou que não houve lesão corporal “ou outro vestígio indicativo de emprego de violência, em razão da ausência de hematomas importantes”.

A delegada Karine Maia, responsável pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher de Montes Claros, informou que “após todas as diligências realizadas para esclarecer os fatos", entendeu pelo não indiciamento do suspeito e sugeriu ao Poder Judiciário pela imediata soltura do preso.

A reportagem não conseguiu contato com o homem acusado pela mulher trans de cometer estupro e também não conseguiu contato com sua defesa. Além de ficar preso, ele teria perdido o emprego na empresa de prestação de serviços onde trabalhava.

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