O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, declarou estado de emergência zoossanitária em todo o território nacional em função da detecção da infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) - H5N1 - em aves silvestres no Brasil. A medida foi publicada na edição extra do Diário Oficial da União de segunda-feira (22).
O Ato vale por 180 dias e é mais uma medida do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para evitar que a doença chegue na produção de aves de subsistência e comercial, bem como para preservar a fauna e a saúde humana.
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Segundo Fávaro, o estado de emergência possibilita a mobilização de verbas da União e a articulação com outros ministérios, organizações governamentais e não governamentais nas estâncias federal, estadual e municipal. “Todo esse processo é para assegurar a força de trabalho, logística, recursos financeiros e materiais tecnológicos necessários para executar as ações de emergência visando a não propagação da doença”, explica o ministro.
Ainda na segunda-feira, o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), unidade de referência da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA), confirmou três novos casos positivos para influenza aviária (H5N1) no estado de Espírito Santo, que estavam em investigações desde a semana passada.
Até o momento, são oito casos confirmados em aves silvestres, sendo sete no estado do Espírito Santo (três ainda aguardando o sequenciamento), nos municípios de Marataízes, Cariacica, Vitória, Nova Venécia, Linhares e Itapemirim, e um caso no estado do Rio de Janeiro, em São João da Barra. As aves são das espécies trinta-réis de bando, atobá-pardo e Thalasseus maximus trinta-réis real.
O Mapa alerta para que as pessoas acionem o serviço veterinário caso encontrem animais doentes ou mortos. Reforça também que não recolham as aves que encontrarem. As normas são colocadas a fim de evitar que a doença se espalhe.
A Secretaria de Defesa Agropecuária se articulou para instalar o Centro de Operações de Emergência (COE) para coordenação, planejamento, avaliação e controle das ações nacionais referente a influenza aviária. O grupo será responsável pela coordenação das ações de prevenção, vigilância e cuidado com saúde pública, bem como a articulação das informações entre outros ministérios, órgãos, agências estaduais e setor privado.
As secretarias estaduais têm indicado que os surtos de doença causados pelos vírus mais perigosos representam grave risco para a saúde humana, em particular para os trabalhadores de granjas, abatedouros e aviários, pelo nível maior de exposição. “Por isso é importante o diagnóstico da influenza, com identificação do tipo de vírus, tanto nas infecções em aves, quanto no homem. Todas as pessoas expostas a aves infectadas ou a fazendas sob suspeita devem ser monitoradas pelas autoridades sanitárias locais”, afirma a mensagem.
O infectologista Dalcy Albuquerque Filho,especialista em medicina tropical, explica que essas aves migratórias vêm para a América Sul e que contagiam aves locais com esse vírus e chega principalmente em grandes criações de frango. “O que acontece é a possibilidade desse vírus transmutar e se transformar em vírus de humanos, existe a teoria da covid-19, dentre as muitas e o H1N1, por exemplo. Então o grande problema é a vigilância com aves. É importante que as pessoas saibam que não podem tocar nas aves, principalmente mortas, deve-se comunicar à vigilância ambiental. Então o grande problema no momento é a vigilância para detectar possíveis aves que possam ser afetadas e criar uma barreira para que esse vírus não chegue em criações de aves.”, explica o médico.
O doutor Albuquerque também explica que a vigilância epidemiológica também deve ser feita em humanos que foram infectados pela gripe. Então toda vez que o humano estiver com um quadro gripal, ela deve ser testada, especialmente pessoas que trabalham em ambientes que tenham aves. Exatamente para que não tenha a transmissão entre humanos.
*Estagiária sob supervisão de ...
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