O que se sabe sobre a morte do ator Jeff Machado; corpo estava em baú

A Polícia acredita que três pessoas cometeram o crime. A motivação do assassinato também é investigada. "Foi uma coisa proposital, planejada, por prazer, dinheiro", afirma a mãe

Correio Braziliense

postado em 29/05/2023 14:13

(crédito: Reprodução/Instagram @jeffmachadocosta)

O corpo do ator Jefferson Machado da Costa foi encontrado, na última segunda-feira (22/5), dentro de um baú que estava enterrado e concretado em um terreno de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele estava desaparecido desde o dia 27 de janeiro. Um amigo, cujo nome foi mantido em sigilo para não atrapalhar as investigações, é o principal suspeito da morte do ator. A Polícia Civil do Rio de Janeiro suspeita que pelo menos mais duas pessoas estejam envolvidas no crime.

Jeff teria sido vítima de um golpe articulado por um homem que se aproximou dele, afirmando ser fotógrafo e agente de talentos. A Polícia também levanta a possibildade do ator não ter sido assassinado na casa em que seu corpo foi encontrado. A dona do imóvel onde o cadáver foi achado prestou depoimento horas depois da descoberta do corpo.

Ela afirmou aos agentes da Delegacia de Descobertas de Paradeiros (DDPA) que a casa tinha sido alugada em dezembro do ano passado. O que a Polícia tenta fechar, agora, é a motivação do crime — embora as suspeitas indiquem que o homem apontado como o principal suspeito teria se aproximado de Jeff por interesse e o enganou com a promessa de entrar em uma novela.

• Corpo de ator da novela Reis é encontrado dentro de baú concretado no Rio
  
• Amigo é principal suspeito de matar e enterrar ator no Rio
  
• Caso Jeff Machado: polícia acredita que três pessoas cometeram crime
  

Uma amiga do ator disse, em depoimento, que pertences tinham sido levados da casa de Jeff — um iPhone, um cartão de débito e um notebook —, em Barra de Guaratiba. A polícia fez buscas na casa do principal suspeito, mas não encontrou os pertences supostamente desaparecidos.

Em entrevista ao Domingo Espetacular, da TV Record, Maria das Dores machado, mãe do ator, disse que os quatro meses em que o filho esteve desaparecido foram de "tortura". "É muito forte para uma mãe saber que alguém cortou a vida do teu filho. Por que?", afirmou a mãe, no domingo (28/5).

"Foi uma coisa proposital, planejada, por prazer, dinheiro, inveja, ninguém sabe o porquê. De humano não tem nada uma pessoa dessas. É um assassino, bandido, que sejam presos, punidos e sofram o que precisam sofrer. Porque é muito triste pra uma mãe ver o filho assim", acrescentou Maria das Dores.

Cachorros do ator

Jeff Machado tinha oito cachorros da raça setter, considerada rara no Brasil. Todos os cães apresentavam chips de identificação e foram fundamentais para a localizar do corpo do ator. Jeff foi dado como desaparecido após a ONG Indefesos tentar entrar em contato com ele e depois com a família para notificá-lo sobre os cachorros terem sido encontrados na rua de diferentes lugares da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Os animais tinham nomes de ídolos da MPB.

O que aconteceu com os cachorros?

Segundo a ONG Indefesos, dois dos cães morreram após serem abandonados. No início de fevereiro, a ONG recebeu a informação de que a cadela Rita Lee tinha sido atropelada. Já o cão Caetano Veloso foi encontrado e acolhido em estado de saúde crítico, mas morreu no dia seguinte do resgate. "Todos os cinco cães sobreviventes foram encaminhados à doação pela família do Sr. Jefferson Machado", explicou a ONG ao Correio.

O ator Jeff Machado se identificava como "protetor da raça Setter". E o amor aos cachorros veio desde criança. "Ninguém foge do seu destino. Eu acabei me tornando o que sempre quis ser desde criança: um homem gay, jornalista, modelo, ator, praieiro, surfista e com a casa cheia de livros e protetor da raça Setter no Brasil", escreveu o ator no Instagram em dezembro do ano passado.

Velório

O velório de Jeff foi realizado em Araranguá, cidade natal dele e onde morava a mãe do artista. A celebração de exéquias ocorreu no santuário Nossa Senhora dos Homens e foi seguido pelo sepultamento.

O Correio tenta contato com a Polícia Civil do Rio de Janeiro para saber se há mais detalhes ou novidades sobre o caso.