Luta indígena

Lula não comparece a "Chamado de Raoni" e cacique cobra posicionamento

Presidente cancelou a participação no evento devido a um procedimento cirúrgico no quadril. O evento "Chamado de Raoni" termina nesta sexta-feira (28/7) na aldeia Piaraçu, em Mato Grosso, onde vive o cacique

Isabel Dourado*
postado em 28/07/2023 17:12 / atualizado em 28/07/2023 17:20
Primeiro dia de evento indígena reúne mais de 800 pessoas em MT 

 -  (crédito: Kamikia Kisedje/Instituto Raoni)
Primeiro dia de evento indígena reúne mais de 800 pessoas em MT - (crédito: Kamikia Kisedje/Instituto Raoni)

O líder indígena cacique Raoni Metuktire comentou a ausência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no evento “Chamado de Raoni”, que se encerra nesta sexta-feira (28/7), na aldeia Piaraçu, localizada na região do Alto Xingu, onde vive o cacique. Raoni havia pedido a presença do presidente no Acampamento Terra Livre em Brasília em abril. De acordo com auxiliares diretos do cacique, Lula tinha dado a palavra de que iria, mas cancelou a participação no evento devido a um procedimento cirúrgico no quadril. Reunindo centenas de indígenas, o encontro cobra uma resposta do Executivo.

“Antes que fiquemos velhos demais, precisamos conversar sobre as terras indígenas para os parentes viverem em paz nas suas terras, para que garimpeiros e madeireiros não invadam as terras indígenas. É nisso que eu acredito”, destacou o cacique Raoni em trecho da mensagem.

Este foi o segundo evento realizado na Terra Indígena do Mato Grosso, o primeiro ocorreu em janeiro de 2020, antes da pandemia da covid-19. O encontro em 2020 resultou no “Manifesto do Piaraçu”, uma carta de compromisso das lideranças. O Marco Temporal é o principal assunto na pauta do evento que termina hoje.

A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, bem como a presidente da Funai, Joenia Wapichana, compareceram ao chamado do cacique. A deputada federal Célia Xakriabá (PSol-MG) também participou do encontro.

“Exigimos do Estado brasileiro uma posição concreta sobre o Recurso Extraordinário (à Suprema Corte) , popularmente chamado Marco Temporal. Estamos muito preocupados com a situação territorial não somente dos povos indígenas que habitam a região amazônica, mas também das demais regiões do Brasil e do mundo”, diz um trecho do manifesto elaborado no chamado de Raoni.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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