Luta indígena

Com presença de Lula, Raoni reunirá lideranças indígenas em aldeia no MT

O evento, intitulado "Chamado de Raoni", acontecerá entre os dias 24 e 28 de julho na aldeia Piaraçu, em Mato Grosso, onde vive o cacique

Isabel Dourado*
postado em 19/07/2023 16:09
O cacique afirmou querer que as novas gerações sigam sua luta em seus territórios, pela demarcação e pela coletividade -  (crédito: Equipe Lula/Divulgação)
O cacique afirmou querer que as novas gerações sigam sua luta em seus territórios, pela demarcação e pela coletividade - (crédito: Equipe Lula/Divulgação)

O líder indígena cacique Raoni Metuktire convoca lideranças de diversas etnias e estados para a nova fase de luta indígena pelos direitos dos povos originários. O evento, intitulado “Chamado de Raoni”, acontecerá entre os dias 24 e 28 de julho na aldeia Piaraçu, em Mato Grosso, onde vive o cacique, e será fechado aos convidados do cacique — 500 a 700 pessoas são esperadas. Raoni, que subiu a rampa na posse, contará ainda com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e da primeira dama, Rosângela Silva, a Janja, para o evento.

A ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, e a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, bem como a presidente da Funai, Joenia Wapichana, também são esperadas no encontro. O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), Rodrigo Agostinho, e a deputada federal Célia Xakriabá (PSol-MG) já confirmaram presença.

“Se nós não cuidarmos da nossa terra e de nossas florestas, se deixarmos desmatar tudo, todos vão sofrer com as mudanças climáticas, com o intenso calor e com a poluição do ar. Faz tempo que eu tenho alertado o mundo, mas é preciso continuar alertando vocês. E é por isso que eu chamo todos vocês, lideranças e autoridades, para juntos firmarmos um compromisso em defesa da Terra”, disse Raoni ao anunciar o evento.

Marco temporal

Entre os temas a serem debatidos no “Chamado de Raoni” está o marco temporal. Os primeiros três dias do evento vão ser conversas entre lideranças indígenas. O cacique espera, como resultado da iniciativa, um comprometimento com as pautas ambientais e indígenas, além de um compromisso com a defesa da terra.

“Eu havia comentado com o presidente Lula e o convidei para o encontro. Para que, além de eu falar, Lula também possa falar. Para que a gente se fortaleça. Caciques e lideranças indígenas precisam ter um posicionamento único”, afirmou o cacique em entrevista ao Valor.

O cacique quer que as novas gerações sigam sua luta em seus territórios, pela demarcação e pela coletividade. No dia 27 está previsto um jantar na aldeia, preparado pelos chefs Roberto Smeraldi, Saulo Jennings e Morena Leite. Será oferecido chibé com tucupi, castanhas e ervas, mujica de piranha, arroz de galinha, a grande piracaia (peixes assados na brasa) e creme de bacuri.

*Estagiária sob a supervisão de Andreia Castro

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