Vacinação

Covid-19: pesquisa revela que adultos ainda têm medo da doença

Estudo do Ipec, em parceria com a Pfizer, revela que existe confiabilidade na vacina, porém, ainda há um baixo percentual de vacinação completa

Estudo revela que há confiabilidade na vacina, mas as taxas de vacinação completas ainda são baixas -  (crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil)
Estudo revela que há confiabilidade na vacina, mas as taxas de vacinação completas ainda são baixas - (crédito: Tomaz Silva/Agência Brasil)
postado em 07/12/2023 19:57

O levantamento realizado pelo Instituto Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), em parceria com a Pfizer, mostra que grande parte dos brasileiros com esquema vacinal incompleto ainda tem medo do vírus da covid-19.

Com título Covid-19 hoje: por que a população não vacinada ainda hesita em se proteger?, o estudo entrevistou cerca de 1.840 adultos, com idades entre 18 a 59 anos e que não possuem a carteira vacinal completa.

A pesquisa, feita em âmbito nacional em 106 cidades brasileiras, escancara o medo da covid-19 e suas variantes. Cerca de 48% dos entrevistados alegam sentir medo da doença, onde, desse percentual, 28% são mulheres. Em um recorte etário, jovens entre 18 e 24 anos formam 28% daqueles receosos, enquanto entre a população mais velha, de 45 a 59 anos, a porcentagem é de 19%.

Cerca de 15% dos entrevistados consideram que a pandemia já acabou, e portanto, não têm medo de se contaminar com o vírus. Em contraste, 20% acreditam que a pior fase já passou, mas caso haja outra onda de surgimento de casos, creem que as vacinas se mostram capazes de fazer o papel de proteção e 24% relatam ter medo de que novas variantes surjam e as medidas restritivas sejam retomadas.

O infectologista Dalcy Albuquerque enfatiza que a imunização é essencial para manter a imunidade alta e reduzir a carga viral, resultando em uma menor capacidade de transmissão do vírus. Nos casos de infecção em pessoas vacinadas, a presença de sintomas é significativamente mais leve, prevenindo quadros graves e óbitos.

“A pessoa vai ter uma imunidade alta, ou seja, mesmo que ela fique doente, vai ter uma carga viral baixa. A capacidade de transmissão é menor e por isso a importância da vacinação como um coletivo. A vacina é a melhor forma de prevenção que nós temos hoje, mesmo que a pessoa tenha contato com o vírus, ela não vai desenvolver sintomas mais graves e morrer”, explica.

O infectologista expressou sua preocupação em relação à descrença de algumas pessoas na vacina, apontando para o fato de que, apesar das fake news, as vacinas foram o motivo pela redução de casos e mortes pela covid-19. Ao abordar o cenário futuro, ele alerta que a pandemia pode não ter acabado completamente, e motiva as pessoas a manterem-se imunizadas.

“É lamentável difundir fake news ou insinuações maliciosas sobre a vacina. Ainda tem um número de pessoas que, infelizmente, de maneira ingênua ou por uma politização desnecessária, ainda prefere acreditar nessas afirmações falsas. Inclusive, provavelmente, a pandemia não acabou e pode recrudescer”.

 

Confiabilidade das vacinas

Em um panorama de opiniões acerca da vacina contra a covid-19, mais da metade das respostas acreditam que a vacina tem um papel importante na proteção de adultos e crianças, e que também são seguras para ambos.

De forma geral, apenas 7% dos respondentes ainda consideram as vacinas contra a covid-19 pouco importantes e que não confiam no imunizante.

Retomada da vacinação

Sobre a possibilidade de retomada da vacinação contra a covid-19 para completar o cartão de vacina, 72% dos entrevistados relataram que se vacinarão imediatamente apenas se surgisse uma nova onda da doença. Em contrapartida, 20% afirmam que nada faria com que eles retomassem a proteção contra a covid-19. A rejeição se mostra mais forte entre os menos instruídos e com menor renda familiar.

As vacinas no meio on-line

No panorama virtual, os meios de comunicação jornalísticos se mostram como os mais tradicionais e se destacam como a principal fonte de informação sobre o tema. Se informam a partir da TV, rádio, jornais e revistas cerca de 43% dos entrevistados.

Apesar da fácil acessibilidade à informação, dentre os entrevistados, 70% afirmaram que acreditam nas fake news e que foram influenciados em algum grau pelas informações falsas. Um ranking de notícias falsas que mais confundem foram escolhidas pela pesquisa, e a fake news sobre as vacinas contra a covid-19 serem experimentais é a primeira da lista, com 34%.

*Estagiárias sob supervisão de Ronayre Nunes

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