dengue

Conitec recomenda adoção de vacina

Comissão abre consulta pública para a população e especialistas participarem com sugestões. Imunizante Qdenga foi aprovado pela Anvisa, em março, e está disponível na rede privada. Problema de incorporar ao SUS é o preço

Qdenga foi aprovada pela Anvisa em março, está disponível na rede privada e pode ser incorporada ao SUS  -  (crédito: Divulgação/SUS)
Qdenga foi aprovada pela Anvisa em março, está disponível na rede privada e pode ser incorporada ao SUS - (crédito: Divulgação/SUS)
postado em 08/12/2023 03:55

A incorporação da vacina da dengue ao Programa Nacional de Imunização (PNI), do Sistema Único de Saúde (SUS), está com consulta pública aberta para a população. A decisão foi tomada, ontem, pelo Ministério da Saúde, depois do parecer favorável à incorporação do fármaco no Programa Nacional de Imunizações (PNI) pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) — órgão responsável pelas decisões técnicas da pasta. Essa é a penúltima fase para a adoção da Qdenga, desenvolvida pela Takeda Pharmaceutical, do Japão.

A Conitec recomendou que, inicialmente, a vacina seja ofertada em locais e público prioritários, que ainda serão definidos. A seleção irá considerar as regiões de maior incidência, transmissão e faixas etárias de maior risco de agravamento da dengue.

Outro ponto que decidirá a aprovação definitiva da Qdenga é o preço. De acordo com o ministério, o valor da dose é R$ 170, considerado alto em comparação aos imunizantes incluídos no PNI. "Nesse preço, o valor é duas vezes maior que as vacinas mais caras incluídas no programa", salienta nota da Conitec, que pede preço "compatível com a sustentabilidade" do programa.

A consulta aberta pela comissão ficará disponível até 17 de dezembro. O prazo para manifestações geralmente é de 20 dias, mas a Conitec resolveu acelerar o processo por causa da proximidade do verão, quando os casos de dengue aumentam. Ao Correio, a Takeda Pharmaceutical avaliou como bom sinal a decisão do colegiado de acelerar as consultas.

"A redução do prazo demonstra o reconhecimento da urgência em disponibilizar a vacina no sistema público do país. A Takeda está comprometida em garantir o acesso dos brasileiros ao imunizante, e está aberta ao diálogo com o Ministério da Saúde para viabilizar a incorporação no futuro, e o acesso da população elegível à Qdenga por meio do PNI", afirmou José Manuel Caamaño, presidente no Brasil da fabricante do medicamento.

Segundo o ministério, em caso de incorporação definitiva ao programa de imunizações serão entregues 8,5 milhões de doses no primeiro ano — de um total de 50 milhões em cinco anos. A indicação do fabricante é para pessoas de quatro a 60 anos, independentemente de a pessoa ter contraído a doença ou não. A imunização completa é obtida com suas doses com intervalo de três meses.

Desde julho a Qdenga está disponível em clínicas particulares. O fármaco foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março, depois de apresentar eficácia de 80,2% para evitar contaminações, e de 90,4% para prevenir casos graves de dengue.

Em outubro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um comunicado recomendando a vacina, aprovada em 34 países. De acordo com dados da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), neste ano já foram registradas nas Américas mais de 3 milhões de novas infecções. O Brasil lidera o ranking com 2,3 milhões de ocorrências da doença e 769 mortes.

Covid

O Ministério da Saúde emitiu, ontem, recomendação para a aplicação de uma dose da vacina bivalente contra a covid-19 em grupos prioritários. A medida visa proteger as pessoas com maior risco de contrair a doença, depois da identificação de duas sublinhagens de uma variante do vírus em circulação no Brasil. A sugestão abrange pessoas com 60 anos ou mais e imunocomprometidos acima de 12 anos. As sublinhagens JN.1 e JG.3 foram detectadas no Ceará e estão sendo monitoradas — a JN.1 representa cerca de 3% dos diagnósticos. O reforço é indicado para aqueles que receberam a última dose há mais de seis meses. E uma pesquisa mostra que grande parte dos brasileiros com esquema vacinal incompleto ainda tem medo do vírus da covid-19, porém se imunizaria apenas se surgisse uma nova onda da doença.

 

 

 

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