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CPI da Braskem pode reeditar a dobradinha Aziz-Renan

Colegiado está previsto para ser instalado na terça-feira. Senador alagoano se articula para assumir a relatoria das investigações e seu colega amazonense ficar com a presidência

Aziz e Renan podem voltar aos postos que ocuparam na CPI da Pandemia: presidência e relatoria -  (crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado)
Aziz e Renan podem voltar aos postos que ocuparam na CPI da Pandemia: presidência e relatoria - (crédito: Jefferson Rudy/Agência Senado)
postado em 09/12/2023 03:55 / atualizado em 09/12/2023 09:19

A comissão parlamentar de inquérito que vai apurar o afundamento do solo no bairro do Mutange, em Maceió — causado pela exploração de sal-gema pela Braskem —, pode reeditar a presidência e relatoria da CPI da Pandemia, em 2021. Prevista para ser instalada na terça-feira, o autor do requerimento de criação da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), estaria se articulando em busca da relatoria. Além disso, também na terça, deverá ocorrer uma reunião no gabinete de Omar Aziz (PSD-AM), cotado para o comando do colegiado.

Com o desenho da CPI, os trabalhos, previstos para começarem após o recesso parlamentar, em fevereiro próximo, devem ser mais dinâmicos. Em 2021, Aziz e Renan estavam na oposição ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e tiveram um desempenho considerado firme — que contou, ainda, com a forte atuação do vice-presidente da CPI, o agora líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP).

A expectativa é de que a CPI seja mais incisiva que, por exemplo, a do 8 de janeiro — criticada por não trazer avanços na investigação sobre a tenativa de golpe de Estado, no parecer da senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Ou a do MST, que terminou sem a leitura do relatório elaborado pelo deputado Ricardo Salles (PL-SP).

Na quinta-feira, os primeiros indicados dos líderes partidários começaram a delinear a composição da comissão. Além de Calheiros e Aziz, foram indicados como membros titulares Efraim Filho (União-PB), Cid Gomes (PDT-CE), Jorge Kajuru (PSB-GO), Eduardo Gomes (PL-TO), Dr. Hiran (PP-RR), Rodrigo Cunha (Podemos-AL) e Wellington Fagundes (PL-MT). Entre os suplentes, estão Magno Malta (PL-ES), Fernando Farias (MDB-AL), Cleitinho (Republicanos-MG), Leila Barros (PDT-DF) e Jayme Campos (União-MT).

O bloco Resistência Democrática — formado por PT, PSD, PSB — sinalizou, ontem, que o líder do PSD, Otto Alencar (BA), será indicado, com Angelo Coronel (PSD-BA) como suplente. O PT, até o momento, não sinalizou se apontará alguém.

Nos bastidores, o Palácio do Planalto não vê com bons olhos a CPI. Isso porque, o aliado Renan Calheiros, padrinho político do governador de Alagoas e correligionário Paulo Dantas, ganha espaço e incomoda o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não pretende se indispor com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), mentor político do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC.

Os governistas também temem que a CPI da Braskem respingue na Petrobras e na Novonor, a ex-Odebrecht, ambas com participação societária na petroquímica. Ao Correio, fontes relataram que há o interesse de recriar a CPI da Pandemia, o que poderia ser um indício do desejo da base na entrada de Randolfe como vice do colegiado.

Na oposição, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), nome próximo de Lira, avalia que a CPI da Braskem surge "de maneira viciada", pois a criação da comissão foi sugerida por Renan, que, segundo ele, teria alguma ligação com a empresa. Segundo ele, haveria um conflito de interesses entre "investigado e investigador".

 

 

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