privacidade de dados

Janja processará X por invasão de perfil

Primeira-dama considera que é preciso responsabilizar as redes sociais para que ajam mais rapidamente em casos de hackeamento e, sobretudo, melhorem os dispositivos de segurança para os usuários

Janja participou do programa de Lula e anunciou que deseja ressarcimento -  (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
Janja participou do programa de Lula e anunciou que deseja ressarcimento - (crédito: Ricardo Stuckert/PR)
postado em 20/12/2023 03:55

A primeira-dama Janja Lula afirmou, ontem, que vai processar a plataforma X (antigo Twitter), depois que a conta que mantém foi hackeada na semana passada. Para ela, é preciso responsabilizar e regular as redes sociais para que casos como o dela sejam coibidos e as redes sociais atuem mais fortemente na segurança dos usuários.

"Não sei nem onde processar, se processo no Brasil, se processo nos Estados Unidos. Porque processá-los eu vou, de alguma forma", afirmou, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no programa semanal Conversa com o Presidente.

"A gente tem uma pesquisa, tem muitas pessoas públicas que têm as contas invadidas, como o primeiro-ministro da Austrália. Então, a gente tem que, de alguma forma, responsabilizar essas plataformas e regulá-las. O problema não é só do Brasil, é global", salientou Janja.

Ela reclamou da demora para conseguir bloquear o perfil depois de o ataque hacker ter sido detectado. "Foi uma hora e meia", disse. Na sequência, criticou o dono do X, Elon Musk, e o modelo de monetização das plataformas.

"Elon Musk ficou muito mais milionário com aquele ataque. É essa a questão. A gente precisa não só da regularização das redes, mas a gente precisa discutir a monetização das redes. Porque, hoje, não importa se é do bem ou do mal, eles ganhando dinheiro, está tudo bem", criticou. No domingo, ela havia acusado a rede social de "lucrar em cima do ódio".

Desde que Janja teve os perfis invadidos, deputados e senadores governistas passaram a pressionar as Casas Legislativas pela aprovação do Projeto de Lei 2.630, o PL das Fake News — que prevê novas diretrizes para as redes sociais em relação a veiculação de notícias, divulgação de mentiras e desinformações, e impulsionamento de conteúdos políticos. O projeto está parado desde maio.

De acordo com o professor da FGV Nicolo Zingales, os casos de invasão de perfis, contas e dispositivos são previstos na Lei Carolina Dieckmann, que prevê a responsabilização do invasor. Segundo Zingales, no entanto, não há uma previsão de responsabilização dos intermediários — no caso de Janja, as big techs.

A advogada Marcela Joelsons, especialista em proteção de dados, destacou que, no caso da invasão dos perfis de Janja, as plataformas podem ser responsabilizadas pelo conteúdo gerado por terceiros.

 

Gostou da matéria? Escolha como acompanhar as principais notícias do Correio:
Ícone do whatsapp
Ícone do telegram

Dê a sua opinião! O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores pelo e-mail sredat.df@dabr.com.br

-->