INVESTIGAÇÃO

'DNA do metanol': Equipe da PF está à disposição para rastrear bebidas

O Instituto Nacional de Criminalística da PF será responsável pelos chamados exames avançados de isótopos estáveis, método que permite rastrear a origem do metanol

Diante do aumento de casos suspeitos de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas, o Ministério da Justiça e Segurança Pública colocou a estrutura da Polícia Federal à disposição das Polícias Científicas estaduais, incluindo a capacidade técnica de identificar o chamado "DNA do metanol". 

O Instituto Nacional de Criminalística da PF será responsável pelos chamados exames avançados de isótopos estáveis, método que permite rastrear a origem do metanol nas amostras contaminadas. Esse tipo de análise, considerado de alta complexidade, é crucial para detectar se o material é derivado de fontes naturais ou adulterado com compostos industriais.

A Polícia Federal atuará, ainda, como eixo logístico, realizando o transporte de amostras de bebidas suspeitas até laboratórios de referência e disponibilizando as 49 unidades de criminalística como pontos de coleta e entrada para o sistema nacional de resposta pericial.

O MJSP fornecerá suporte técnico aos estados para a realização de exames periciais de detecção e quantificação de metanol, distribuirá padrões analíticos da substância às Polícias Científicas estaduais e capacitará peritos locais em análises químicas de alcoolemia, incluindo a identificação de metabólitos de metanol em amostras biológicas.

O plano também inclui orientações especializadas para a verificação de embalagens, rótulos e lacres de bebidas suspeitas, além da aplicação de técnicas de Epidemiologia Forense para georreferenciamento e análise de óbitos ou casos de intoxicação. O objetivo é identificar padrões, estabelecer vínculos de causalidade e aprimorar a resposta investigativa em casos que ameaçam a saúde pública.

Intoxicação por metanol

O Brasil tem, até agora, 59 registros suspeitos de intoxicação por metanol, entre suspeitos ou confirmados. Das 59 notificações, 11 têm confirmação laboratorial da presença da substância. Um dos suspeitos de contaminação é o rapper Hungria, que está internado em Brasília.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destaca que é essencial comunicar as suspeitas o mais brevemente possível, uma vez que a intoxicação por metanol requer agilidade no atendimento para evitar sequelas.

O tratamento deve ser iniciado a partir dos dados clínicos, como sintomas característicos — dor abdominal, cólica intestinal, alterações visuais — associados ao histórico de uso de bebida alcoólica, ou sinais de acidose metabólica.

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