SÃO PAULO

PF vai investigar uso de metanol em bebidas alcoólicas adulteradas

Desde o início de setembro, as autoridades médicas e de segurança registraram 10 casos de intoxicação, com três mortes

Lewandowski participou de coletiva sobre o plano de ação do governo federal sobre os casos de intoxicação por metanol -  (crédito: José Cruz/Agência Brasil)
Lewandowski participou de coletiva sobre o plano de ação do governo federal sobre os casos de intoxicação por metanol - (crédito: José Cruz/Agência Brasil)

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, informou que a Polícia Federal vai investigar a contaminação de bebidas alcoólicas com metanol. Desde o início de setembro, 10 casos de intoxicação foram registrados em São Paulo, com três mortes.

"Determinamos ao Andrei Rodrigues, diretor-geral da Polícia Federal, que abrisse um inquérito policial para verificar a procedência e a rede possível de distribuição, que, ao que tudo indica, transcende os limites de um único estado", disse Lewandowski nesta terça-feira (30/9), durante coletiva sobre o plano de ação do governo federal sobre os casos de intoxicação por metanol.

O ministro também destacou que os casos apresentam padrão inédito e diverso aos que eram, até então, registrados. As ocorrências de intoxicação por metanol estavam, majoritariamente, associadas a pessoas em extrema vulnerabilidade ou população em situação de rua, ambos a partir de ingestão de álcool em postos de gasolina adulterados com a substância.

No entanto, a partir do início de setembro, em um curto intervalo de tempo, os pacientes intoxicados apresentaram histórico de ingestão recente de bebidas alcoólicas destiladas em cenas sociais de consumo alcoólico, incluindo bares, e com diferentes tipos de bebida, como gin, uísque, vodca, entre outros.

Andrei Rodrigues disse que a PF vai trabalhar de maneira integrada e complementar com a Polícia Civil de São Paulo. "A investigação dirá se há conexão com o crime organizado ou com operações anteriores", pontuou o diretor-geral da Polícia Federal.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, também participou da coletiva e destacou que o Brasil tem 32 centros de informação e assistência toxicológica no Brasil. Padilha ainda fez um alerta para que os profissionais de saúde conheçam o protocolo do Ministério da Saúde para intoxicações exógenas.

A intoxicação por metanol é uma emergência médica grave. A substância, quando ingerida, é metabolizada no organismo em produtos tóxicos, como formaldeído e ácido fórmico, que podem levar à morte. Os principais sintomas são: visão turva ou perda de visão (podendo chegar à cegueira) e mal-estar generalizado, com náuseas, vômitos, dores abdominais e sudorese.

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postado em 30/09/2025 10:23 / atualizado em 30/09/2025 12:56
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