Meio ambiente

Estudantes discutem justiça climática e educação ambiental

Durante uma semana, Conferência Nacional Infantojuvenil de Meio Ambiente reúne cerca de 800 participantes, em Luziânia (GO), para tratar de políticas de enfrentamento à crise do clima

Em mais um passo para incrementar a participação popular na COP30, especialmente em relação às vozes e anseios das juventudes escolares, e retomando uma política pública estratégica de fortalecimento da educação ambiental no país, interrompida desde 2018, a sexta edição da Conferência Nacional Infantojuvenil de Meio Ambiente (CNIJMA) foi oficialmente aberta nesta segunda-feira (6/10), com a presença de cerca de 800 participantes, entre estudantes de 11 a 14 anos, acompanhantes e educadores de todas as regiões do país. No Centro de Treinamento Educacional (CTE) da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), em Luziânia (GO), o grupo debate as transformações necessárias para enfrentar a emergência do clima a partir dos pilares da educação e da justiça climática. O encontro segue até a próxima sexta-feira (10/10).
Promovida pelos ministérios do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), da Educação (MEC) e da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a conferência mobilizou, desde as etapas iniciais do processo de construção, cerca de 2 milhões de pessoas em 8.732 instituições públicas e privadas de ensino fundamental em 2.307 municípios. Desse total, participaram 1.478 escolas da zona rural, 186 indígenas e 139 quilombolas, abrangendo todos os estados e o Distrito Federal. Apesar dos números e resultados robustos, a iniciativa enfrentou dificuldades mesmo dentro do governo federal para ser executada. Um sinal disso foi a presença da ministra Marina Silva (MMA) como única integrante do primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios na cerimônia de abertura.
Recebida com entusiasmo pela plateia formada por estudantes de todo o país, a histórica criadora da conferência destacou que o desenvolvimento sustentável vai além da proteção da natureza e se apresenta como uma estratégia fundamental para garantir o cumprimento de direitos humanos e sociais. "Uma criança que não consegue terminar os estudos na idade certa, porque tem de trabalhar, é um ecossistema insustentável do ponto de vista social e cultural". A sustentabilidade não é só o manejo de fazer. É uma maneira de ser, uma visão, um ideal de vida”, ponderou Marina Silva.
A ministra classificou a conferência como uma “aposta” para integrar a juventude à agenda sustentável. “Uma das principais ferramentas para essa transformação é a mudança de mentalidade, que ajuda a produzir também mudança de atitude. Essa é a lógica que conduz a conferência desde a primeira edição, em 2003", explicou. "Vamos pensar daqui para frente os fios que queremos que teçam as nossas vidas, o nosso país, a vida do nosso planeta. Que sejam de diferentes cores e que a vida não seja apenas pensada como a vida do humano, mas todas as formas de vida", concluiu Marina Silva.
Com o tema “Vamos transformar o Brasil com educação e justiça climática”, a conferência busca fortalecer o protagonismo de crianças e adolescentes na construção de uma sociedade mais sustentável, inclusiva e justa. No discurso de abertura, o secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC), Leonardo Barchini, ressaltou a importância do evento no âmbito educacional. “Seguimos com o compromisso de fazer da educação ambiental uma prioridade real do Estado brasileiro. Educar é o caminho mais seguro para cuidar das pessoas e do planeta”.  
Ao final dos cinco dias de evento, as propostas e as reflexões apresentadas pelos participantes contribuirão para o fortalecimento das políticas educacionais e ambientais em todo o território nacional. Até sexta-feira (10/10), programação segue com atividades formativas, rodas de conversa, apresentações culturais e a Feira de Projetos, que reúne iniciativas desenvolvidas nas escolas participantes. Entre os destaques, estão as oficinas temáticas sobre justiça climática, territórios saudáveis e autoproteção escolar, além da leitura coletiva da Carta Compromisso, documento que sintetiza as propostas elaboradas pelos delegados e que será encaminhado às autoridades dos ministérios parceiros. 

"Vir para essa conferência é algo surpreendente. Vamos passar por situações que levaremos para o nosso estado e nossos municípios. Vai ser uma experiência maravilhosa, vamos trocar ensinamentos, estudos e ideias", afirmou Ellen Sophia Braz, participante da delegação do Rio de Janeiro.   

Diogo Henrique Antunes, participante da delegação de Santa Catarina, também destacou a importância do aprendizado oferecido pela conferência. "Esse evento vai ser cheio de aprendizagens, um momento único em que vamos ver todos os projetos dos estudantes e ver o que eles podem mudar no interior do Brasil . É uma mistura de emoções. É muito gratificante estar aqui". 

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Rogério Cassimiro/MMA - VI Conferência Nacional Infantojuvenil pelo Meio Ambiente. Luziânia/GO.
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