Terras ancestrais

Exposição sobre povos originários celebra os 80 anos da relação Brasil-Austrália

"Terras Ancestrais: Um Encontro de Culturas Originárias Brasil-Austrália" fica em cartaz até 30 de novembro, no Memorial dos Povos Indígenas. Obras retratam as semelhanças e as diversidades das culturas dos dois países

Às vésperas da COP30, a embaixadora da Austrália no Brasil, Sophie Davies, inaugurou, na noite desta quarta-feira (15), a exposição Terras Ancestrais: Um Encontro de Culturas Originárias Brasil-Austrália. Celebrando os 80 anos das relações diplomáticas entre os dois países, a exibição aborda a tradição e a “resiliência” dos povos indígenas e aborígenes ao longo dos séculos de história.

Até o dia 30 de novembro, no Memorial dos Povos Indígenas, visitantes poderão verificar as semelhanças e as diversidades das duas culturas. No discurso de abertura, Sophie salientou que a exposição “transcende oceanos e nos conecta por meio da arte”. Artesanatos, vestes, pinturas e esculturas são alguns dos objetos que podem ser vistos.

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“Mais do que uma exposição é um chamado à ação em tempos de crises climáticas”, disse Sophie, que tinha ao seu lado a ministra Sonia Guajajara, dos povos indígenas.

Edla Lula/CB/D.A.Press - Embaixadora da Austrália no Brasil, Sophie Davies: "Mais do que uma exposição é um chamado à ação em tempos de crises climáticas"

“É uma alegria para nós que esta exposição comemorativa da relação entre Brasil e Austrália tenha sido pensada a partir do reconhecimento da nossa identidade como países de forte presença dos povos originários. É muito importante destacar a diversidade da arte e dos artistas indígenas aqui representados, que atuam no presente, trazendo toda a nossa ancestralidade ao contemporâneo”, enfatizou Guajajara.

Os povos indígenas da Austrália incluem os povos aborígenes e os ilhéus do Estreito de Torres, com mais de 250 línguas em todo o território. De acordo com o Instituto Australiano de Estudos Aborígenes e dos Povos das Ilhas do Estreito de Torres, estima-se a sua presença no continente há mais de 60 mil anos, tornando-se a cultura contínua mais duradoura do mundo.

No Brasil, mais de 300 etnias indígenas estão presentes em todos os seis biomas nacionais, considerando que alguns povos ainda são isolados ou de recente contato.

Obras

A exposição reúne 12 obras de artistas indígenas locais de diversas terras indígenas australianas, e conta com uma sessão multimídia com depoimentos, histórias dos artistas e explicações das obras.
Representando o Brasil, duas artistas indígenas apresentam suas obras: a vídeo-arte Kuyen: lágrimas prateadas de retomada, de Juliana Silva, da etnia Potiguara, e a instalação Caboclos de concreto, de Azul Rodrigues, da etnia Payayá, compõem o repertório.

Além disso, a exposição conta com uma obra do acervo do Memorial dos Povos Indígenas, digitalizada pela Ponto. Patrimônio Histórico e curada pela artista indígena Azul Rodrigues e pela pesquisadora Sara Seilert, do próprio Memorial. A obra selecionada é uma boneca em madeira da artista Conceição dos Bugres, indígena sul-mato-grossense reconhecida como uma das maiores artistas do Centro-Oeste brasileiro.

O público poderá conhecer esta obra juntamente com sua réplica em impressão 3D tátil e acessível a pessoas cegas e com baixa visão, além do modelo digital online e texto explicativo.

A exposição é apresentada pela Embaixada da Austrália juntamente com a Agency, com o apoio do Memorial dos Povos Indígenas, e apoio institucional do Ministérios dos Povos Indígenas e do Ministério das Relações Exteriores. A Agency é uma organização australiana sem fins lucrativos que realiza uma série de atividades, na Austrália e no exterior, para aumentar a visibilidade e gerar renda para gerações de artistas, curadores e líderes culturais Aborígenes e das Ilhas do Estreito de Torres.

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