A visão dos usuários sobre a necessidade de uma licitação aberta do Tecon Santos 10

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postado em 26/11/2025 17:53 / atualizado em 26/11/2025 18:49
Projetado para 3,5 milhões de contêineres por ano, o futuro Tecon Santos 10 vai exigir investimentos de R$6 bilhões em obras e equipamentos. -  (crédito:      )
Projetado para 3,5 milhões de contêineres por ano, o futuro Tecon Santos 10 vai exigir investimentos de R$6 bilhões em obras e equipamentos. - (crédito: )

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O CECAFÉ - Conselho dos Exportadores de Café do Brasil, a LOGÍSTICA BRASIL - Associação Brasileira dos Usuários dos Portos, de Transportes e da Logística, a ABIMP - Associação Brasileira dos Importadores, e a ACS - Associação Comercial de Santos, entidades com histórico de luta pelos interesses dos usuários donos de cargas (embarcadores, exportadores e importadores), vêm a público manifestar profunda preocupação com o debate sobre o arrendamento do Tecon Santos 10.

A legitimidade das signatárias é inquestionável: são os usuários que pagam a conta da ineficiência causada pela falta de capacidade da infraestrutura do Porto de Santos. Representamos dezenas de milhares de empresas, movimentando milhões de toneladas e bilhões de dólares (destaque para 49% nas exportações do agro) e que protagonizaram embates regulatórios contra armadores. São décadas de interação técnica junto a reguladores e órgãos de controle para aperfeiçoamento do setor.

Diante deste histórico, há que se ter compromisso com a verdade. Alertamos que a tese do Voto Revisor (propondo a vedação da participação de armadores no leilão do Tecon Santos 10) parte de um diagnóstico sem nenhuma conexão com a realidade, trazendo temas que já foram analisados e superados. Trata-se de um Voto carente de dados técnicos, fundamentado em "conversas com supostos analistas" e apoio de entidades que representam partes interessadas apenas na licitação restrita, e não na melhoria do serviço portuário.

O Porto de Santos não enfrenta uma falha de mercado, enfrenta uma falha do Estado. A maioria das omissões de escala de navios ocorre por falta de infraestrutura (acessos e berços) e mau tempo. O Porto de Santos está saturado, fato relatado pelo setor de café desde 2023 no Boletim DTZ.

A fila de navios e os prejuízos bilionários decorrem da omissão do Estado em prover infraestrutura proporcional ao crescimento das cargas. É incorreto atribuir essas omissões a uma estratégia predatória de armadores para "fechar mercado", ignorando a aritmética das operações portuárias.

Culpar o transportador marítimo pela falta de berços públicos é punir o usuário duas vezes: com a fila e com a tentativa de impedir o investimento de quem pode trazer capacidade.

A verticalização (operação de terminais por armadores), também criticada pelo Revisor, foi a única força capaz, na prática, de reduzir filas em Santos, trazendo eficiência. Todas as nuances foram afastadas pela Antaq e pelo Cade, que nunca propuseram impedir os armadores de participar da licitação.

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Existem mais de 300 terminais verticalizados no mundo, inclusive em países que movimentam volumes até 29 vezes maiores que o Brasil. Se a verticalização não é problema lá fora, por que seria aqui? Por que devemos restringir a licitação a um “clube fechado” de não-armadores?

O Brasil não suporta mais diagnósticos teóricos que ignoram a dor real de quem precisa exportar. O problema de Santos não é uma suposta falha de mercado; é falta de capacidade, concreto, berços e obras.

O setor produtivo clama pela realização do leilão do Tecon Santos 10 com urgência e amplitude competitiva, sem vetos artificiais que protegem a ineficiência, aumentam o Custo Brasil e favorecem grupos que não querem concorrência. Precisamos de investidores - armadores ou não - competindo em pé de igualdade pela melhor infraestrutura ao menor preço. 

Respeitosamente, 

CECAFÉ - Conselho dos Exportadores de Café do Brasil

LOGÍSTICA BRASIL - Associação Brasileira dos Usuários dos Portos

ABIMP - Associação Brasileira dos Importadores

ACS - Associação Comercial de Santos

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