Durante muitos anos, a discussão sobre a quantidade ideal de repetições no treinamento de força dividiu opiniões entre praticantes e profissionais das academias. A dúvida mais comum gira em torno do que seria mais eficaz: investir em cargas mais pesadas com poucas repetições ou adotar pesos mais leves e aumentar o número de repetições em cada série?
Pesquisadores e entusiastas do fitness testam há décadas variados métodos para estimular o ganho de massa muscular, força e desempenho. O que se observa atualmente, entretanto, é um consenso emergente de que o fator mais influente para a hipertrofia não reside estritamente no intervalo de repetições, mas sim no grau de esforço colocado em cada sessão de treino.
O que diz a ciência sobre a diferença de repetições?
Estudos realizados por institutos de educação física e saúde têm evidenciado que tanto séries curtas quanto longas — desde que realizadas até a falha concêntrica, isto é, o ponto em que não é mais possível continuar com a técnica correta — proporcionam adaptações musculares bastante semelhantes. Em uma pesquisa recente com voluntários jovens e saudáveis, os grupos que treinaram tanto com 10 quanto com 20 repetições observaram ganhos equiparáveis em crescimento muscular e força.
O principal elemento em comum nesses grupos foi a intensidade do esforço ao longo do treino. O levantamento de peso tradicional pressupõe que a alta carga resulta em mais massa muscular, mas evidências atuais reforçam que a sobrecarga progressiva — ou seja, o progresso constante no estímulo oferecido ao músculo — pode ser obtida independentemente da escolha entre repetição alta ou baixa.
Rep Count realmente importa para ganhar massa?
Para quem busca aumentar a musculatura, surge a seguinte questão: é preciso seguir um esquema rígido de repetições para atingir bons resultados? A resposta científica sugere que priorizar a execução correta, ir até o limite da capacidade momentânea e ajustar constantemente o treino são fatores mais determinantes para a hipertrofia muscular.
- Cargas altas e poucas repetições: costumam ser associadas ao ganho de força máxima. Com menos repetições, o praticante consegue utilizar pesos mais elevados.
- Cargas baixas e muitas repetições: permitem manter a execução por mais tempo, favorecendo o condicionamento muscular e a resistência.
O ponto central é promover esforço suficiente em cada sessão, independentemente do método escolhido. Além disso, o controle da progressão — seja por meio da elevação da carga, aumento de repetições ou redução do tempo de descanso — potencializa os resultados a longo prazo.

Como potencializar seus resultados independentemente do método?
Estruturar um programa de treinamento eficiente envolve mais do que decidir entre altas ou baixas repetições. O acompanhamento especializado, o respeito ao tempo de descanso, a execução correta e a constância dos treinos desempenham papéis essenciais no êxito do praticante. Além disso, vale destacar que:
- Mudar periodicamente o número de repetições pode evitar platôs e estimular novas adaptações.
- Uma alimentação balanceada e adequada potencializa os ganhos de força e massa muscular.
- Diversificar os estímulos reduz o risco de lesões por repetição excessiva do mesmo padrão.
- Observar os sinais do corpo é fundamental para ajustar o volume e a intensidade do treino quando necessário.
Assim, escolher o número ideal de repetições deve se basear na resposta individual, no objetivo almejado e na capacidade de manter consistência ao longo do tempo. Adotar estratégias variadas tende a promover melhores respostas e a manter o entusiasmo pelos treinos.
Por que a intensidade do esforço é mais relevante do que o número de repetições?
O aspecto mais relevante para ganhos musculares e de força parece ser a intensidade com que cada sessão de treinamento é realizada. Quando os exercícios são levados até o ponto onde não se consegue completar uma repetição adicional com boa técnica, o estímulo para o desenvolvimento muscular é maximizado. Isso indica que tanto os métodos de baixas quanto de altas repetições são eficazes, desde que o praticante mantenha o compromisso com uma execução de qualidade e esforço elevado em cada série.
Portanto, não existe uma fórmula única válida para todos. Escolher entre poucas ou muitas repetições depende do perfil, dos objetivos e da adaptação individual do praticante. O importante é garantir progressão constante e não negligenciar o desafio proposto em cada sessão. Ao adotar uma rotina estruturada e executar cada série até o seu limite, os resultados tendem a ser evidentes, independentemente do número de repetições predeterminado.








